segunda-feira, 29 de junho de 2009

UM TOQUE DE FÉ

“O SENHOR é Quem te guarda; o SENHOR é a tua sombra à tua direita. O SENHOR guardará a tua entrada e a tua saída, desde agora e para sempre” – Salmo 121:5,8

AINDA HOJE vivemos nos tempos em que frequentemente algumas verdades são colocadas em dúvida por conta de escusos interesses de certos podres poderes que trazem à tona o desconforto da desconstução de um modo de vida até então vigente nos promissores projetos de uma ordem desde o princípio estabelecida, bisbilhotices estas que podem levar à desconfiança ou desvios de rota de muitos, principalmente daqueles que ainda não estão firmes no caminho que deveriam seguir, esfacelando, assim, todas as vias de uma crença profícua. Ou seja, um comportamento com vistas a virtudes que possam trazer benefícios e bem-estar para nós mesmos, e para os outros, posto que ninguém é uma ilha encravada longe dos respingos das águas em seu derredor. Assim como Satanás travestido de serpente colocou a dúvida naquilo que Deus havia ordenado obediência por parte do casal Adão e Eva que vivia natural e espiritualmente na mais perfeita paz em um ambiente saudável planejado pelo divino Criador para que nele vivesse livremente, cultivando-o, e protegendo-o contra os inimigos – embora houvesse regulamentos para se viver em harmonia por lá; eles tinham que cumprir alguns requisitos, e não cumpriram –, também vivemos rodeados de astutos pregadores de mentiras, perdulários do mal que, sem medir consequências, dissimulam-se em devaneios fraudulentos, levando muitos a acreditarem em falsas promessas ou premissas mal formuladas que nos induzem a descambar por caminhos que não nos levam a nada que nos edifique, embora pareçam ser aquilo que faltava no rol dos nossos sonhos. Mas, como dizem que nem tudo aquilo que brilha é ouro, muita vez, caímos em ciladas, se, incessantemente, não vigiarmos. Sofremos as sequelas catastróficas de uma queda da qual até hoje não conseguimos nos levantar sozinhos, dada a nossa herança de um estado moral pervertido, e de um intenso desejo de fugir da presença de Deus, mesmo sendo todos nós criados à Sua imagem e semelhança, e Sua existência ser uma idéia universal na raça humana até mesmo entre as mais atrasadas nações e tribos do mundo. Ainda hoje pessoas põem em dúvida as Sagradas Escrituras, e, consequentemente, a própria existência de Deus, sendo que, na opinião delas, o Deus das Escrituras é um Ser fora de moda, que não condiz com os padrões destes novos tempos, tendo em vista os avanços e a nova visão deste século. Até mesmo para muitos daqueles que se dizem cristãos, e até mesmo com o endosso de suas próprias lideranças, estes transgridem a Palavra de Deus, e adulteram literal e propositadamente o seu contexto por conta e proveito próprios, como se fossem deuses, surrupiando o lugar dAquele que é o Deus verdadeiro. Inferno, pecado, castigo, temor, justiça divina?... Tudo isso é coisa do passado, de outros tempos. Imagine se Deus aplicaria ou exigiria isso hoje em dia; Ele é tão bonzinho! Isso são coisas de outros tempos, interpretam, equivocadamente, como se estivessem acima de todas as coisas, e desprezam, arrogante e egoisticamente, todo um projeto idealizado cuidadosamente com amor para o nosso bem, e que, para tal, tem as suas próprias regras, mas que muitos de nós preferem jogar tudo na lata de lixo, não desvendando a seriedade dos negócios divinos, e que, por falta de responsabilidade, têm um fim trágico, infelizmente.

Deus não brinca em serviço. Deus não é um ser irresponsável que com tanto zelo concebeu toda a Sua obra, e, no final, viu que tudo era bom; fez alianças e cumpriu promessas maravilhosas prenunciadas a Suas criaturas, para depois não Se preocupar com ela. Deus não age assim. Nós, de nossa parte, é que devemos ter um mínimo de consideração por Ele, sendo, pelo menos, gratos diante de um Ser pessoalmente autoconsciente e autoexistente, que é a origem de todas as coisas e que transcende a criação inteira, mas que, ao mesmo tempo, é imanente em cada parte desta criação, nos dizeres de Berkhof, acrescentando ainda que os verdadeiros crentes em Cristo devem aceitar a existência de Deus por fé. Não por uma demonstração lógica, embora esta fé não seja cega. Ela tem sua base nas provas que se acham nas Sagradas Escrituras como a Palavra inspirada deste mesmo Deus, além da revelação dEle na natureza. O incrédulo não tem a real compreensão destas coisas, e, sem fé, é impossível agradar a Deus, “porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e que é galardoador dos que O buscam.” A Bíblia fala de certo profeta-cultista chamado Hananias a quem Jeremias denunciou por haver declarado publicamente sua oposição ao oráculo de Deus. Hananias não creu na Palavra de Deus, e levou o povo a confiar em mentiras, por isso, foi declarada a sua morte. Morreu porque foi rebelde ao SENHOR, desobedecendo, e interpretando do seu jeito a Palavra, não como verdadeiramente deveria ser anunciada a quem Deus pedira que a mensagem fosse enviada. Hananias falou por iniciativa própria, sem qualquer fonte superior de inspiração. Foi um falso profeta que faltou com a devida responsabilidade e acatamento perante a Palavra de Deus.

Também com Deus não se brinca. A Ele devemos obediência com toda reverência de um coração temente, e com tremor diante dEle devemos crer nEle não como um Deus de terror, mas como Quem merece toda honra e toda glória por ser um Deus de amor e infinitamente misericordioso que está acima de todas as coisas no céu e na terra. Um Deus que age com a autoridade que Lhe é devida. Um Deus que tem autoridade sobre a vida, sobre a morte e todas as enfermidades. Um Deus que é o doador da vida, que não tem prazer quando alguém se perde. Assim como na história de Hananias, a Bíblia também nos ensina quando fala de um chefe de certa sinagoga chamado Jairo cuja filha foi curada por Jesus. Jairo era pessoa importante na sua comunidade e na sua família; tinha seus subalternos, e, dentre seus deveres, incluíam a direção da adoração na sinagoga e a seleção daqueles que deveriam liderar a oração, a leitura das Escrituras e a pregação. Homem de fé, Jairo teve que apelar para o Senhor Jesus quando Este atravessou o mar da Galiléia, vindo de Decápolis, e desembarcou perto de Cafarnaum. A filha de Jairo tinha cerca de doze anos de idade e estava prestes a morrer, e Jairo humildemente pediu a Jesus que a curasse. Mas quando Jesus Se dirigia a casa de Jairo outro milagre também aconteceu. Em meio a uma multidão que O apertava havia uma mulher que sofria há dozes anos de um sangramento ininterrupto que nenhum médico conseguiu curar até então, mesmo tendo ela insistido na busca desta cura. A doença lhe incomodava. Ela era discriminada e humilhada por causa disso. Não podia relacionar-se com ninguém. Era como se ela fosse uma leprosa, conforme estabelecia a lei. Mas ela tinha muita fé, e ouviu falar das maravilhas que Jesus operava naqueles que têm fé. Ela queria ao menos tocar nas vestes de Jesus, assim, tinha certeza de que seria curada. “Se tão somente tocar nas Suas vestes, sararei”, falava consigo mesma, tamanha era a sua fé. E assim o fez, e o milagre aconteceu, quando Jesus lhe confirmou: “Filha, a tua fé te salvou; vai em paz, e sê curada deste teu mal.” Quanto a Jairo, enquanto todos se apavoravam, temendo que a menina morresse, Jesus lhe disse: “Não temas, crê somente.” E chegando a casa do chefe da sinagoga todos riram de Jesus quando Ele disse que a menina não morrera, que ela estava apenas dormindo. Assim, tomando-a pela mão, ordenou: “Menina, a ti te digo, levanta-te.” A Bíblia diz que imediatamente a menina levantou, e começou a andar, para assombro daqueles incrédulos. É este o Deus dos verdadeiros cristãos, dos verdadeiros crentes em Jesus, não dos crentes em especulações que não levam a nada, a não ser a sua própria derrocada tal qual os Hananias de todos os tempos; de ontem e de hoje. Estes vivem inquietos, insatisfeitos, perdidos, mas, mesmo assim, não dão o braço a torcer. Desprezam e não reconhecem o seu próprio Criador como o seu Senhor e Salvador que fez o céu e a terra, e de onde vem o nosso socorro, mesmo que estes Hananias não aceitem isso. É Ele que não nos deixa vacilar nas horas mais amargas de nossa vida, mesmo estando nós em meio a uma multidão hipócrita que muita vez finge estar em sintonia com Deus, até mesmo nos momentos de adoração, mas que não está com o coração ligado nEle, pois, dissimuladamente muitos parecem estar contritos nEle, mas estão bem longe dEle. Estão bem longe da Sua Verdade porque não estão em espírito ligados nEle, talvez porque desconheçam que qualquer possibilidade de perigo é recompensada pela confiança ilimitada e indubitável no poder e na vigilância do Senhor, ratificam os especialistas. Não devemos, pois, ter medo, mas somente crer, e seguir em frente, posto que, se crermos, veremos a glória de um Deus que sempre responde a nosso toque de fé, guardando-nos de todo o mal, de dia e de noite, como diz o salmista. “O SENHOR é Quem te guarda. O SENHOR guardará a tua entrada e a tua saída, desde agora e para sempre.” Que o Espírito Santo deste nosso Deus nos faça crer nEle, sempre, e em quaisquer circunstâncias, e que possamos prosseguir confirmando a nossa fé diante deste mundo incrédulo, para a glória de Deus Pai pela graça de Seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo.

REFLEXÃO DE HOJE
“Levantarei os meus olhos para os montes, de onde vem o meu socorro. O meu socorro vem do SENHOR que fez o céu e a terra. Não deixará vacilar o teu pé; Aquele que te guarda não tosquenejará. Eis que não tosquenejará nem dormirá o guarda de Israel. O SENHOR é Quem te guarda; o SENHOR é a tua sombra à tua direita. O sol não te molestará de dia nem a lua de noite. O SENHOR te guardará de todo o mal; guardará a tua alma. O SENHOR guardará a tua entrada e a tua saída, desde agora e para sempre.” – Salmo 121:1-8

LEITURAS DE HOJE
Salmo 121; Jeremias 28:5-9
2Coríntios 8:1-9; Marcos 5:21-24a,35-43

NOTAS
[1] Provérbios 22:6; Gênesis 3:1-24; 2:4-17
BERKHOF, LOUIS. Teologia Sistemática. 3.ª ed. revisada. Trad. Odayr Olivetti. São Paulo: Cultura Cristã, 2007. p. 20, 21
Bíblia de Estudo de Genebra. Trad. por João Ferreira de Almeida. São Paulo e Barueri: Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. notas. p 12, 13
[2] Gênesis 1:10,12,18,21,25,31; Hebreus 11:6; Jeremias 27:2,3,6-14,22; 28:1-17
O Novo Dicionário da Bíblia. vol. 1. editor org. J. D. Douglas (editor em português R. P. Shedd). Trad. por João Bentes. São Paulo: Vida Nova, 1962, 1990. p.694. Reimpressão
CAWLEY, F.Jeremias: Introdução e Comentário. In: O Novo Comentário da Bíblia, vol. 2. (editor em português R. P. Shedd). São Paulo: Vida Nova, 1963, 1990. p.762, 763. Reimpressão
[3] Marcos 5:21-43; Levítico 15:25-27; Salmo 121:1-8; João 11:40
M´CAW, Leslie S. Os Salmos: Introdução e Comentário. In: O Novo Comentário da Bíblia, vol. 1. (editor em português R. P. Shedd). São Paulo: Vida Nova, 1963, 1990. p.608. Reimpressão