segunda-feira, 13 de julho de 2009

COMO SEUS PRÓPRIOS DISCÍPULOS

“Com coisas tremendas em justiça nos responderás, ó Deus da nossa salvação; Tu és a esperança de todas as extremidades da terra, e daqueles que estão longe sobre o mar.” – Salmo 65:5

QUEM SABE seja redundância estarmos aqui batendo na mesma tecla e, repetindo, sim, que poderoso mesmo é apenas Deus, já que todo poder no céu e na terra somente dEle procede, exclusiva e soberanamente, e que muitas vezes chega a exceder o nosso próprio entendimento, por mais sábios que nos julgamos ser diante deste mundo, posto que Ele na Sua divina onisciência sabe todas as coisas antes mesmo da fundação do mundo por ser o próprio Criador de todas elas, o que nos faz refletir um pouco mais sobre posturas, posições ou ações que possamos praticar diante dos nossos próprios semelhantes ou mesmo diante das outras criaturas que nos foram brindadas pelo próprio Criador para que administrássemos e delas tirássemos o nosso sustento, independentemente de quaisquer outros naipes que possam ser representados perante a comunidade em que atuamos, desde que respeitemos os limites de uma sobrevivência harmônica entre as partes. Quem sabe nos seja concedida uma chance de refletir ainda um pouco mais sobre posturas que possamos praticar não somente diante de tais criaturas, mas e principalmente diante do próprio Criador que nos adotou como filhos por meio do sacrifício de Seu único e amado Filho, além de dotar-nos de maravilhosos dons e de infinitas bênçãos com o fim de sermos para louvor da Sua glória e, crentes nEle, perpetrarmos obras de compaixão para benefício de outrem em razão da nossa fé. Ou até mesmo obras de louvor, assim como de um reverente e permanente, firme e sincero agradecimento por causa dos feitos deste Deus na história das nações, feitos estes que demonstram Sua justiça e Sua intervenção que se estendem desde o povo de Israel e que servem de exemplo para todos os outros povos, até mesmo para aqueles que vivem nos mais longínquos torrões por este mundo afora. Se as montanhas e os mares da terra foram por Ele estabelecidos, assim como todas as nações, apesar do tumulto da humanidade em geral, todos temos que nos regozijarmos na vindicação divina em favor do fraco e do justo, posto que nada escapa a Seus olhos, já que Ele está em todo lugar, inclusive em cada um dos nossos corações, desde que o Seu Espírito designe as condições favoráveis para tal evento. Por tudo isso, e muito mais, é que este SENHOR nosso Deus é a nossa única esperança; a esperança de todas as extremidades da terra, e os Seus inimigos lamberão o pó, posto que Ele é o único Deus; o Todo-poderoso. Ele é o Rei do Universo; o Deus Generoso; o Deus da Graça; o Deus de Poder; o Deus da Abundância. Perante Ele todos os reis se prostrarão; todas as nações O servirão. “Porque Ele livrará o necessitado quando clamar, como também o aflito e o que não tem quem o ajude. Compadecer-Se-á do pobre e do aflito, e salvará as almas dos necessitados. Libertará as suas almas do engano e da violência, e precioso será o seu sangue aos olhos dEle. O Seu nome permanecerá eternamente; o Seu nome Se irá propagando de pais a filhos enquanto o sol durar, e os homens serão abençoados nEle; todas as nações Lhe chamarão bem-aventurado”, proclama o salmista, ultrapassando aquilo que se aplicaria a um rei terreno, antecipando o Messias, e mais: “Bendito seja o SENHOR Deus, o Deus de Israel, que só Ele faz maravilhas. E bendito seja para sempre o Seu nome glorioso. E encha-se toda a terra da Sua glória.” São as maravilhas de um reino messiânico, próspero e pacífico, cujas promessas se cumprem em Jesus Cristo, um Rei perfeito, que julgará os pobres com justiça, e repreenderá os mansos da terra com equidade; “e ferirá a terra com a vara de Sua boca, e com o sopro dos Seus lábios matará o ímpio”.

Se Ele é Rei, tem autoridade. Se é Deus, então, está acima de todas as coisas; de todos os reis da terra. E, absolutamente soberano, sendo o Rei dos reis, está vestido de majestade e poder, e o mundo está firmado nEle, e não poderá vacilar, já que Ele é desde toda a eternidade. E se é que estamos realmente nEle firmados, não duvidamos nem fraquejamos diante de tanta corrupção; diante de tanta exploração, opressão e maus-tratos, principalmente aos mais humildes, aos mais pobres, aos mais fracos, inclusive, espiritualmente, além de tantas injustiças e desigualdades escandalosas, ou seja, uma vergonhosa injustiça social, assim como uma deslavada idolatria. Qual é a razão para tudo isso? O apego exagerado ao dinheiro, aos bens materiais, à fama e poderes passageiros deste mundo? Ou à contumaz rebeldia dos seres humanos? E entre nós, que nos identificamos como cristãos, como anda tudo isso? Em que temos contribuído para amenizar tudo isso? Além das tantas retóricas, como temos seriamente refletido sobre tudo isso? Como verdadeiros cristãos, temos, sim, o dever de denunciar tais mazelas, sem esquivar das Sagradas Escrituras, já que a verdade está revelada na Palavra de Deus que nos inspira e nos propulsiona a vivermos uma vida bem mais saudável em todos os sentidos, até mesmo neste mundo; defendendo uma vida digna, não somente para nós mesmos, mas para todos, em que se inclui o nosso próximo, seja ele quem for, impelindo-nos a irmos em frente, para o alto, sempre, mesmo se nos tentarem cooptar por meio de certos lobistas deste meio de quitutes há tempo bem manjados e temperados com o alimento dos tresloucados e ávidos perdulários que fazem festa com o chapéu dos outros, de todas as maneiras, tentando tapar o sol com a peneira, até fraudando o erário e enganando indoutos por conta da imunidade e regalias proporcionadas pela impunidade, além de um suposto e fácil acesso às informações privilegiadas de destacadas posições, ou seja, tudo imprudentemente mancomunado com os tão famigerados podres poderes na sua incrível e perigosa inversão de valores como se fossem blindados contra os respingos do mal, posto que fazem questão de serem invisíveis diante do próprio espelho. Não se enxergam, mesmo com tamanha cara de pau! E, assim, muitos caminham ostensivamente atrelados à orgia dos voluptuosos desde os tempos mais remotos protagonizando a sua própria vida numa história aterrorizante, mas que é real, e qualquer semelhança não é mera coincidência, já que se alicerçam sob as raias de um circo armado pelos incautos que se fiam em suas próprias forças e verdades, longe do poder e do temor dAquele que detém a verdadeira sabedoria e que, com tanta envergadura, a distribui a cada um de nós como melhor Lhe aprouver, respondendo-nos com justiça no Seu devido tempo.

Com certeza, não fomos gerados para sermos massacrados e humilhados diante e nem por ninguém, sejam por quaisquer métodos ou motivos, nem como indivíduo nem como nação. Somos produtos de um infinito e terno amor que também temos a incumbência de aplicá-lo por onde quer que andemos, tendo em vista o bem-estar dos outros. Mesmo depois de termos nos rebelado contra este amor gratuitamente a nós outorgado pelo divino Criador, ainda somos chamados a sermos santos e irrepreensíveis diante dEle em Jesus Cristo, Seu único e amado Filho, com Quem devemos reconciliar-nos depois de ouvirmos a Palavra da Verdade, ou seja, o Evangelho da salvação, ao sermos também selados com o Espírito Santo que nos foi prometido como o penhor desta nossa herança fraterno-filial. Não somos objetos de escárnio e tampouco devemos fazer parte do bloco dos escarnecedores, já que somos filhos de Deus. Temos a marca de Cristo em nós encimada por onde quer que passemos como testemunho de um amor sem par, mesmo que tivermos que carregar a nossa própria cruz para podermos segui-lO. Quem ama não faz ninguém sofrer, seja qual for o motivo. Antes, somos advertidos por meio de admoestações que têm o intuito de apenas nos fazer crescer, de repararmos um possível dano cometido, sem esquecer este amor de Deus que nos amou primeiro, posto que é certo que Deus é amor. Todos temos a chance de reconciliar-nos com Deus, que é benigno e paciente; que respeita o pecador; não o pecado. Mas se sofremos, sabemos que vamos vencer, assim como Cristo também venceu o mal, expulsou demônios, e fez tantas outras maravilhas, além de conceder-nos a salvação com o derramamento do Seu próprio sangue. E ainda nos deixou um alerta sobre o poder da fé, mas de uma fé sincera e verdadeira, mesmo que ela seja pequenininha, mas que pode até mover montanhas. Quem sabe se mesmo até por superfluidade de palavras possamos ser instrumentos do Senhor por meio de um chamado especial, mas eficaz, que tenha o toque do Espírito de Deus e que possa remover as montanhas geladas de cada coração dos homens e poder mudar um coração frio, de pedra, em coração de carne, sensível, e transformado, para um bem maior, voltado para as coisas do alto, com base no amor de um Deus que é fiel, vivo e verdadeiro, um Deus de amor; um Deus de paz, longe dos privilégios passageiros deste mundo. Quem sabe possamos aprender com os exemplos daqueles que obedeceram a este chamado do Senhor, como o profeta Amós, que denunciou a idolatria e as injustiças sociais, mesmo tendo que desafiar os poderosos de seu tempo. Ou como um Ezequiel, que foi chamado para pregar às nações rebeldes, mesmo que elas não quisessem ouvir, mas que tinham que saber que esteve no meio delas um profeta. E, assim, dentre muitos outros que ainda hoje são chamados a proclamar as boas-novas da salvação, como quando, até nos tempos de Jesus, Ele também comissionou Seus discípulos para irem e pregarem com a mesma autoridade dEle, dando-lhes poder sobre os espíritos imundos, ou seja, sobre todas as forças do mal, posto que são elas que provocam doenças físicas e espirituais, que suscitam maus sentimentos; originam opressões, violências, injustiças, e tantos outros incômodos que atormentam a humanidade ainda hoje neste século. Se somos herdeiros do Reino de Deus, reconciliados e adotados por meio de Cristo, também temos uma missão, um chamado, se é que somos crentes em Cristo, como Seus próprios discípulos.

REFLEXÃO DE HOJE
“BENDITO O DEUS e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo; como também nos elegeu nEle antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dEle em amor; e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para Si mesmo, segundo o beneplácito de Sua vontade, para louvor e glória da Sua graça, pela qual nos fez agradáveis a Si no Amado (...); nEle, digo, em Quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito dAquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade; com o fim de sermos para louvor da Sua glória, nós os que primeiro esperamos em Cristo; em Quem também vós estais, depois que ouvistes a Palavra da Verdade, o Evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa. O Qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para louvor da Sua glória.” – Efésios 1:3-7,11-14

LEITURAS DE HOJE
Salmo 65; Amós 7:10-15
Efésios 1:3-14; Marcos 6:7-13

NOTAS
[1] Gênesis 1:26-31; Efésios 3:17-19; 1Coríntios 1:18-21; 3:18-21; Salmo 139; 72:6-14,17-19; 65:5-8; 93:1-4; Isaías 41:5; 11:1-5
M´CAW, Leslie S. Os Salmos: Introdução e Comentário. In: O Novo Comentário da Bíblia, vol. 1. (editor em português R. P. Shedd). São Paulo: Vida Nova, 1963, 1990. p.553, 554. Reimpressão
Bíblia de Estudo de Genebra. Trad. por João Ferreira de Almeida. São Paulo e Barueri: Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. notas. p. 664
[2] Salmo 65:5; 67:1-7; 37:1-40; 1Timóteo 6:10; Amós 6:7
[3] Efésios 1:11-14; Salmo 1:1-6; 1João 4:11-21; Marcos 11:12-14,20-24; Amós 6:7-10; Ezequiel 2:1-5
ARMELLINI, Fernando. Celebrando a Palavra. Ano B. Trad. por Comercindo B. Dalla Costa. São Paulo: AM Edições, 1996. p. 326-334