sexta-feira, 28 de dezembro de 2012


Glória a Deus nas alturas
paz na terra
boa vontade para com os homens

Desejos eternos
retóricas
para o mundo
imundo
surdo
e mudo

Não temais
eis a boa-nova de grande alegria
para todos
        nasceu o Salvador
        que é Cristo
        o Senhor

Esperanças eternas
expectativas
nova vida
realidade para muitos
os que creem
e persistem
verdadeirante



F
eliz Natal
e próspero Ano-Novo!

quinta-feira, 15 de novembro de 2012


NECESSIDADE DE SEGURANÇA

“Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro?”- Salmo 121.1

Será que nunca nos sentimos inseguros? Será que nunca nos sentimos sozinhos diante das ameaças de perigo desta vida? E hoje em dia, em plena luz do sol ou da lua, assim como das luzes da cidade, será que podemos usufruir desta garantia constitucional – o direito de ir e vir – sem nenhum temor?

Será que os homens, seja como cidadão comum, seja como representante do poder público constituído, podem garantir-nos alguma segurança?  

É certo que podemos passar por momentos de incerteza. Então, a quem recorrermos nessas horas? Quem é que pode assegurar-nos segurança plena capaz de deitarmos e levantarmos em paz todos os dias, inclusive poupando a nossa alma do mal?

O Salmo 121 pode ensinar-nos algumas lições sobre esses momentos tão importantes de nossa vida. Mas, antes, convém lembrarmos que este texto faz parte de uma coleção de salmos que constitui um grupo distinto que, segundo os especialistas, por si só, já é um saltério em miniatura, dada a variedade de temas, autores e prováveis datas de origem.[1] 

Esta coleção é composta de 15 cânticos que vão do Salmo 120 ao Salmo 134, e é intitulada de Cânticos de Romagem ou de Peregrinação, ou ainda Cânticos dos Degraus.

Mesmo sem condições de poderem explicar satisfatoriamente a razão desses títulos, a verdade é que esses cânticos eram frequentemente entoados, depois do retorno do exílio, pelos adoradores que subiam a Sião para as festividades do ano judaico.[2]

Ao fazer parte desta coleção, o  Salmo 121 proclama uma expressão de confiança individual em Deus, e implica numa situação de incerteza onde qualquer possibilidade de perigo é contrabalançada pela segurança ilimitada e indubitável no poder e na vigilância do Senhor.[3] Em resumo, expressa uma expectativa confiante na intervenção divina.

De uma suposta incerteza a uma manifestação de confiança total em Deus, o Salmo 121 ensina que nesta confiança, Deus nos abraça com Sua graça e nos guarda e nos protege e nos salva física e espiritualmente em total segurança. Mas será que cremos nisso? Será que temos essa confiança em Deus, mesmo diante de tantos desafios em nosso dia a dia?

Vamos refletir sobre alguns passos dessa segurança que tanto necessitamos em nossa vida.

    1. Necessitamos de segurança, e essa segurança vem somente de Deus que nos socorre prontamente.

“Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do SENHOR, que fez o céu e a terra.” – Salmo 121.1,2

À primeira vista, parece que o salmista está sozinho, inquirindo em seu íntimo, como um sentinela que está vigiando por causa de um possível perigo: De onde me virá o socorro? Então, vem-lhe a resposta, confiante: O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra. A vista do salmista estava firmemente fixada no alvo final – Jerusalém; e em Sião – o monte de Deus.

Isso significa que a expressão para os montes (verso 1) demonstra que Jerusalém ficava na região montanhosa da Judeia, e que o templo também foi edificado sobre uma colina – Sião. Como obras de seu Criador, os montes diante da vista do salmista - que, por sua vez, igualmente, é outra obra do seu Criador - inspiravam-no a refletir sobre Deus.

É a natureza inspirando o salmista a refletir sobre o seu Criador – as criaturas diante da obra de seu Criador confrontando a obra com o seu Criador (cf. Romanos 1.19,20), identificando-se mutuamente, assim como tão bem podemos identificar uma obra de Picasso, de Monet, de Becheret ou de Villa-Lobos, dentre tantas outras obras e seus autores, cujos estilos, traços e demais características tão pessoais estão ali em suas  criações muito bem detalhados, indubitavelmente.

Como criaturas de Deus, será que servimos como inspiração para que outros possam ver em nós esse nosso Criador? Será que as pessoas podem acreditar nEle através de nós? Será que servimos de exemplo para que outros possam crer em Deus por intermédio de nossos atos, de nossa postura? Será que realmente refletimos em nós a imagem de nosso Criador?

Diante dessa grandeza da criação (Salmo 19), representada por estes montes, o salmista sente-se tão confiante, mas tão frágil, que se preocupa com a sua segurança quando tiver que apelar por um socorro urgente. Porém, de imediato, ele mira em Deus, na certeza de onde virá seu socorro.

Em quem mirarmos hoje quando necessitarmos de segurança? Nos políticos e suas políticas públicas? E o cidadão comum como é que fica em meio a tudo isso?

Assim como nas áreas de saúde, transporte, habitação, a segurança tem sido um tema recorrente que nunca satisfez as reais necessidades desses cidadãos.

 Mas os políticos e suas políticas públicas, ou seus programas de governo, sempre trazem à tona essas questões entra e sai campanha eleitoral, até vencerem as eleições. Aí esquecem suas promessas, e tudo continua como dantes no castelo de Abrantes. Nunca atacaram o cerne do problema. Nunca passaram da retórica. Assim, os problemas agravam-se a cada dia, assustadoramente, e o povo que se dane.

O cidadão comum fica no meio desse fogo cruzado das retóricas, das balas perdidas  e de tanta violência, como os alvos dos jogos virtuais, sem a sua verdadeira identidade, mesmo pagando seus impostos, mas que ainda vive refém do medo, da insegurança. De mãos atadas, lamenta sem saber para quem, e esta insegurança continua a todo vapor. Assim, vivemos numa verdadeira guerra em busca de paz, mas sem o temor de Deus.

Tudo isso sem citar outros tipos de insegurança, como as crises econômicas mundiais, as guerras, e a nossa própria insegurança física e moral em meio à tanta corrupção, e a banalização da vida. À parte tanto pessimismo, mas, na verdade, essa é a segurança dos homens.

É isso que temos a oferecer para o bem do Reino e para o nosso próprio bem? Em quem realmente estamos fixando os nossos olhos? Nas nossas próprias forças ou nas mãos de um Deus que realmente nos protege e nos liberta?

Em vez de estarmos fixando nossos olhos nas forças do nosso ódio, da nossa vingança, da nossa ganância, sem nos importarmos com os estragos que isso pode causar-nos – respingando até mesmo em quem não tem nada a ver com isso –, por que não voltarmos nossos olhos, pelo menos por um só segundo, para  quem realmente tem poder para  cuidar de nós? Será que já não está na hora de despertarmos desse pesadelo?

O Salmo 124.8 diz que o nosso socorro está no nome do Senhor, criador do céu e da terra. Deus é o nosso socorro sempre presente. Por que não praticarmos isso realmente? Deus é a nossa segurança. Por que não investirmos nEle antes de qualquer outro plano?

      2.   Necessitamos da segurança de Deus porque somente Deus nos vigia incessantemente.

“Ele não permitirá que os teus pés vacilem; não dormitará aquele que te guarda. É certo que não dormita, nem dorme o guarda de Israel.” – Salmo 121.3,4

Vejamos alguns exemplos de que Deus nos vigia e nos guarda constantemente e que estamos seguros nEle, lembrando-nos de que esta é a primeira vez que aparece o verbo “guardar” neste contexto.

Em 1Samuel 2.9 destaca-se que o SENHOR guarda os pés dos Seus santos, porém, os perversos emudecem nas trevas da morte; porque o homem não prevalece pela força. A vigilante e cuidadosa proteção de Deus é que nos garante a confiança nEle, “Porque o SENHOR será a tua segurança e guardará os teus pés de serem presos.” – Provérbios 3.26.

Além disso, não é possível que Deus permita que a insegurança nos afete, “O SENHOR olha dos céus; vê todos os filhos dos homens; do lugar de Sua morada, observa todos os moradores da terra, Ele, que forma o coração de todos eles, que contempla todas as suas obras.” – Salmo 33.13-15. Ainda em Provérbios 15.3 diz que os olhos do SENHOR estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons.

 A expressão Ele não permitirá que os teus pés vacilem (verso 3), entende-se melhor: que Ele não permita que os teus pés vacilem, pois significa um desejo, uma oração, onde “vacilar” quer dizer “escorregar”, que, por sua vez, é uma figura de linguagem que indica a proteção cuidadosa de Deus. Isso porque Israel é bem conhecida por seus terrenos rochosos e escorregadios.[4]

Já a expressão É certo que não dormita (verso 4) é a certificação, confirmando o texto do desejo ou da oração do verso 3, conforme exposto acima, já que não dormita, nem dorme o guarda de Israel, repete, nesta beleza poética, que, realmente, Deus nunca dorme, não havendo o perigo de que o salmista seja esquecido.

Diferentemente de 1Reis 18.27, quando Elias ridicularizou sarcasticamente os profetas de Baal, sugerindo que o deus deles estava dormindo, quando tanto precisavam dele.[5]

Por causa de nossa postura cristã, alguém já disse que Deus está morto. Será que não estamos mesmo matando esse Deus dentro de nós? Será que não estamos procurando subterfúgios, na amarga ilusão da busca de uma falsa segurança?

Veja o mundo em nosso derredor, as notícias nas mais diversas mídias, as ações dos homens, as barbáries que se praticam... Será que Deus está nesse negócio? Será que Deus realmente está vivo em nossos corações?

        3.   Necessitamos da segurança de Deus porque somente Deus é quem nos guarda de todo mal.

“O SENHOR é quem te guarda; o SENHOR é a tua sombra à tua direita. De dia não te molestará o sol, nem de noite, a lua. O SENHOR te guardará de todo mal; guardará a tua alma. O SENHOR guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora e para sempre.” – Salmo 121.5-8

Neste texto, nota-se que algumas promessas de proteção divina se avançam, sólida e surpreendentemente, a cada versículo. Primeiramente, a insistência da citação do verbo “guardar”, que, aqui, significa “proteger”, “blindar”, além de ratificar que o SENHOR é o nosso protetor como uma sombra que nunca desiste.

Metaforicamente, assim como a sombra projetada por uma pessoa acompanha essa pessoa ininterruptamente, assim também é Deus com o Seu povo.[6] Em resumo, somente o SENHOR é quem nos protege amplamente, constantemente, pessoalmente, temporalmente, moralmente, espiritualmente, eficazmente, eternamente.[7]

O Salmo 127.1 alerta-nos que se o SENHOR não edificar a nossa casa, em vão trabalham os que a edificam, e se o SENHOR não guardar a cidade, igualmente, em vão, vigia a sentinela.

Já o Salmo 23.4a dá-nos a garantia de que ainda que andemos pelo vale da sombra da morte, não devemos temer mal nenhum, porque o SENHOR está conosco. Isso não quer dizer que o mal não existe. Nós não estamos livres dele. Mas Deus nos dá força, e protege-nos contra ele, não nos deixando cair em tentação, livrando-nos dele.

Também não é que devemos abandonar tudo, já que Deus vai fazer tudo por nós. Não, nós também temos que fazer a nossa parte, e colocar Deus em primeiro plano; colocar Deus na nossa frente, antes de tudo

Como quaisquer cidadãos ou como homens públicos, e até mesmo como cristãos, devemos perguntar a nós mesmos como é que estamos colocando Deus em nossa vida particular e em nossos projetos. Numa escala de prioridades, onde temos colocado esse Deus como nosso guarda fiel? 

Por que será que muitas vezes nossa vida não vai bem? Não será porque vivemos procurando investir em segurança equivocadamente, esquecendo que é o Senhor somente que nos livra do mal e não os homens?

O Salmo 33.12 diz que feliz é a nação cujo Deus é o Senhor, e o povo que Ele  escolheu para Sua herança. Seja como cidadão comum, seja como pessoa pública, seja como cristão, que possamos descobrir as maravilhas dessa segurança que Deus  reserva a cada um de nós, e podermos viver em verdadeira paz  em todos os sentidos de nossa vida.

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Notas


[1] M’Caw, Leslie S. Introdução geral aos salmos 120-134: Os “cânticos dos degraus”. In: O novo comentário da Bíblia. v. 1. Prof. F. Davidson (editor). São Paulo: Vida Nova.  p. 607
[2] Idem
[3] Idem
[4] Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri: Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. notas. p. 707
[5] Idem
[6] Idem.  p. 708
[7] M’Caw, Leslie S. op. cit. p. 608

domingo, 14 de outubro de 2012


A COMUNHÃO DO EVANGELHO

“fazendo sempre, com alegria, súplicas por todos vós, pela vossa cooperação no evangelho” - Filipenses 1.4,5

O que vem a ser essa cooperação ou essa comunhão em meio à tanta sofisticação de conceitos nessa nossa época; em meio à tanta manifestação religiosa, a tantas opiniões adversas? Como praticamos essa comunhão? Como agimos e reagimos com vistas a essa comunhão? Será que essa comunhão realmente existe ainda hoje no meio cristão? Como fica a Igreja diante de tudo isso? Qual é o papel da Igreja? Qual é a razão de nós nos reunirmos como Igreja?

A epístola aos filipenses tem como assunto principal a gratidão e a correção, e seu tema é a alegria: “Regozijai-vos”. Mas, além de ser um povo generoso e cuidadoso em servir, também é um povo  desejoso de contribuir, de cooperar. O capítulo 1, em seus versículos de 3 a 11, fala de gratidão, de interação, amizade, alegria, cooperação, saudades, enfim, de alguns sentimentos íntimos provocados entre os crentes.

Portanto, essa epístola fala dessa comunhão provocada pelo Evangelho. Fala de coisas simples que envolvem relacionamentos, sentimentos interpessoais que muito nos ensinam. Vejamos o que podemos aprender com esse texto.

1.       A comunhão do Evangelho provoca-nos perene alegria, boas recordações, além de gratidão a Deus.

“Dou graças ao meu Deus por tudo que recordo de vós, fazendo sempre, com alegria, súplicas por todos vós, em todas as minhas orações, pela vossa cooperação no evangelho, desde o primeiro dia até agora.” - Filipenses 1.3-5

Paulo expressa essa gratidão a Deus pela recordação e amizade que desfrutou com os convertidos em Filipos. Esses sentimentos lhe sobrevinham quando ele orava pelos filipenses, e provocava-lhe terna alegria. O termo “alegria” (v. 4) é o tema principal desta epístola. Não é à toa que essa palavra aparece 16 vezes nesta epístola. Essa é a epístola da alegria.

Paulo se lembra da primeira vez que havia pregado o Evangelho em Filipos, desde quando teve uma visão em Trôade e que teve que mudar de rota, passando pela Macedônia, hoje norte da Grécia, onde ficava Filipos, o primeiro lugar onde o cristianismo foi pregado na Europa desde quando algumas mulheres se reuniam para orar, inclusive Lídia, a primeira convertida à nova fé (Filipenses 4.15; Atos 16.10-40).

O elo dessa amizade jamais se quebrou desde os primeiros momentos dessa evangelização até os tempos de sua prisão, quando ele escreveu essa epístola. E tudo isso acontecia por causa da ligação deles com o Evangelho.

Ainda aqui, a palavra “cooperação” (v. 5), além de significar, de modo especial, o apoio financeiro dos filipenses (4.10-20), também tem muito a ver com o conceito de “comunhão”; “koinonia” - a “participação” de todos, dando e recebendo, conforme as necessidades, seja no âmbito material ou espiritual. Essa comunhão deve provocar ainda hoje uma comum união entre os crentes, e também trazer sólidas e novas amizades, que devem ser desfrutadas entre os seguidores desse Evangelho. Essa comunhão deve ser alimentada, e realimentada, e praticada entre os crentes em Cristo.

Se “comunhão” significa “fazer comum”, ter todas as coisas em comum na nossa comunidade, como na Igreja de Atos 2, e que esta comunhão não pode existir sem que haja um “dar” e um “receber”, no sentido de “contribuição” (Romanos 15.26; 2Coríntioos 8.4, 9.13; Hebreus 13.16), será que estamos colocando em prática esse conceito, dando sem negociar, sem pensar em nada em troca, sem acepção de pessoas? Muita vez pedimos mais do que damos, mesmo diante de Deus em nossas orações.

2.       A comunhão do Evangelho provoca-nos a certeza da boa obra de salvação por causa de Cristo.

“Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus.” - Filipenses 1.6  

Mesmo enfatizando que a perseverança dos santos depende somente do poder de Deus, que os preserva pela graça, Paulo confiava que Deus completaria a salvação dos crentes em Filipos porque todos eles juntos participaram desse privilégio de defender e compartilhar essa mensagem de salvação, essa comunhão desse mesmo Evangelho.

A Bíblia de Estudo de Genebra (2009, p. 1582) também diz que o propósito salvador de Deus está consumado no “Dia do Senhor” (v. 10; 2.16), quando Jesus retornar em glória para ressuscitar o Seu povo da morte (3.11,20,21) e receber exaltação universal (2.9-11). Assim, todas as pessoas que têm exercitado a fé salvadora em Cristo serão preservadas até aquele dia. Paulo tinha essa confiança na salvação dos filipenses que se completaria até Aquele Dia.

Paulo estava convicto de que Deus, que começou um bom trabalho com os filipenses, iria continuá-lo até o dia do julgamento. Deus não faz as coisas pela metade. Ele é fiel na Sua Palavra. E você, e eu, será que temos essa mesma convicção, essa mesma confiança de salvação? Será que estamos preparados para Aquele Dia?  Que ações temos praticado no nosso dia a dia? A que obras temo-nos reservado? Obras de salvação ou obras de perdição? (cf. 2Pedro 2.8,9).

3.       A comunhão do Evangelho provoca-nos uma união tão bem alicerçada que até nos deixa saudades, onde quer que estejamos, independentemente das nossas circunstâncias.

“Aliás, é justo que eu assim pense de todos vós, porque vos trago no coração, seja nas minhas algemas, seja na defesa e confirmação do evangelho, pois todos sois participantes da graça comigo. Pois minha testemunha é Deus, da saudade que tenho de todos vós, na terna misericórdia de Cristo Jesus.”- Filipenses 1.7,8

O blog da editora Fiel traz a sinopse de duas obras que bem retratam essa situação, esse comprometimento cristão, essa comunhão. Veja: Mike McKinley em seu livro Eu sou mesmo um cristão?, ao abordar a importância da Igreja local na nossa caminhada cristã, diz que é estranho um cristão não querer se juntar a ela. “É como um marido que não deseja estar junto à sua esposa”, afirma.

Segundo McKinley, um cristão é uma pessoa que foi unida a Cristo e, consequentemente, unida ao corpo de Cristo (Romanos 12.5). Sendo assim, todo cristão já faz parte da Igreja universal ou invisível - a Igreja composta por todos os cristãos de todos os lugares e de todas as eras. Logo, para este cristão, nada é mais natural do que expressar essa união espiritual através de uma Igreja local ou visível.

Ele lembra que vivemos em meio a uma geração egoísta, onde não só restaurantes devem ser rápidos e atender todas as minhas necessidades, as Igrejas foram submetidas a este paradigma. “Se uma Igreja não me satisfaz, eu procuro outra, e assim vai - embora haja razões justificáveis para sair de uma ‘Igreja’, que não é esse o caso aqui.”

Este egoísmo, ainda segundo McKinley, além de pecaminoso, é autodestrutivo, pois Deus ordenou que a edificação individual de cada membro do corpo se dê através da interação entre os membros (Efésios 4.16). Ou seja, você dificilmente irá crescer em sua vida cristã fora de uma Igreja local. Uma pessoa que se abstém da comunhão da Igreja está expondo a si mesmo ao perigo da apostasia.

Este comprometimento também é explanado por Mark Dever, em seu livro O que é uma Igreja saudável. Comprometimento que nos provoca a reunir-nos, orar, contribuir e servir. “Unir-se a uma Igreja é um ato em que dizemos: Agora, vocês são responsáveis por mim, e sou responsável por vocês, e isso é contrário à nossa cultura; e, ainda mais, é contrário à nossa natureza pecaminosa.”

Mas o que é isso, se não for comunhão? E comunhão por causa do quê? Por causa do Evangelho! O Salmo 133 diz que é nessa comunhão que o SENHOR ordena a Sua bênção e a vida para sempre. O comprometimento dos filipenses com a defesa e a confiança do Evangelho ligava Paulo a eles e, estes, a ele, atestando um testemunho apostólico até mesmo em meio às provações (cf. v. 16; Marcos 13.9-11).

Paulo está aqui diante de Deus comprometendo-se com a causa dos crentes de Filipos por causa da terna misericórdia e do amor de Cristo por compartilharem da mesma graça, do mesmo privilégio provocado pela comunhão desse mesmo Evangelho. É impressionante a segurança de Paulo nesse comprometimento para com os filipenses, conforme relata o versículo 7: “Aliás, é justo que eu assim pense de todos vós, porque vos trago no coração, seja nas minhas algemas, seja na defesa e confirmação do evangelho, pois todos sois participantes da graça comigo.”

Aqui, a palavra “aliás”, que significa “além disso”, “além do mais”, “ademais’, “contudo”, é um advérbio que se usa no início de uma oração para acrescentar ideia que reforça ou completa o que já foi dito anteriormente. Assim, Paulo reforça o que disse nos versos anteriores e ainda endossa a ficha limpa dos filipenses diante de Deus, já que ele mesmo protegeu e endossou a mensagem desse Evangelho diante deles nas mais diversas situações.

Você tem esse privilégio? Seu pastor, seu líder ou seu chefe é capaz de botar a mão no fogo por você? E você, tem dado provas disso diante da sua Igreja, da sua comunidade, do seu ambiente de trabalho, e principalmente diante de Deus?

Também no versículo 7, a palavra “algemas”, que significa “prisões”, contrasta com a palavra “alegria”, citada no versículo 4, já que, juntamente com as epístolas escritas aos Efésios e aos Colossenses, assim como a Filemom, a carta aos Filipenses junta-se às conhecidas “cartas da prisão”, porque foram escritas quando Paulo estava preso. Mas como pode uma pessoa estar presa, sofrer todas as agruras de uma prisão, e, ao mesmo tempo, estar alegre? Só mesmo pela comunhão desse Evangelho de Cristo!

“Pois minha testemunha é Deus, da saudade que tenho de todos vós, na terna misericórdia de Cristo Jesus.” - v. 8

Aqui, “saudade” significa “terno amor”. Muita vez deixamos muitas lembranças, boas ou más lembranças. Mas saudade é para poucos privilegiados. Só pode sentir ou deixar saudades quem compartilha de alguma comunhão com outrem. Neste caso, Paulo sentia saudades daqueles tempos de trabalho em comum, daquele terno amor, daquela comunhão que eles tinham pela causa do Evangelho de Cristo.

Até que ponto estamos sinceramente comprometidos com esse Evangelho a ponto de até sofrermos por causa dele, por causa da sua mensagem, por causa do próprio Cristo, que sofreu por nossa causa? A ponto de sofrermos e ao mesmo tempo estarmos alegres porque só estamos seguros  nEle que nos fortalece diante dos desafios do nosso dia a dia? Será que pensamos sinceramente nisso?

Será que estamos prontos para sermos provados por causa desse Evangelho? Por causa da nossa fé? Até que ponto? Quantos mártires já morreram por causa desse Evangelho, por causa da sua fé! Até que ponto você seria capaz disso? Muitas vezes nosso cristianismo é só da boca para fora. Um cristianismo de fachada. Não há sinceridade, muito menos a prática ou o testemunho dele em nós.

4.       Diante de tudo isso, Paulo nos alerta que devemos perseverar nas nossas orações, pois a comunhão do Evangelho também nos provoca a esperança de dias melhores.

“E também faço esta oração: que o vosso amor aumente mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção, para aprovardes as coisas excelentes e serdes sinceros e inculpáveis para o Dia de Cristo, cheios do fruto de justiça, o qual é mediante Jesus Cristo, para a glória e louvor de Deus.”- Filipenses 1.9-11

Se no versículo 4 Paulo diz que, sempre com alegria, orava pelos filipenses, aqui, ele transmite o motivo dessas orações: O aumento gradativo de conhecimento, percepção e discernimento que culminam num comportamento sincero e inculpável  até o dia do julgamento de Cristo (cf. Colossenses 1.9-11). E tudo isso provocado pelo amor cristão, que Paulo deseja que também aumente mais e mais entre os filipenses, e que eles sejam cheios do fruto de justiça que vem de Cristo por meio do Espírito Santo, para a glória e louvor de Deus Pai.

Essa é a oração de Paulo aos filipenses. E esses também são os meus desejos para você que faz parte dessa Igreja de Cristo visível e invisível em nossos dias. Amém?


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Referências

- Bíblia de Estudo de Genebra. 2ª ed. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, São Paulo: Cultura Cristã, 2009, notas. p. 1581-1582


quinta-feira, 30 de agosto de 2012

NECESSIDADE DE SABEDORIA




“Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus” - Tiago 1.5a

Viver é topar com desafios todos os dias. Mas será que estamos preparados para enfrentar essa colisão, suas sequelas, e sairmos ilesos, sem nenhum arranhão? Se essa pedra de tropeço existe no meio do nosso caminho, a quem recorrermos para conseguirmos esmagá-la? Que ferramentas usaremos para isso, e como as utilizaremos?

E agora, José? – como diz o poeta.

Se não estamos livres dessas aflições, para podermos lidar com elas, uma dessas ferramentas que temos que utilizar é a sabedoria. Mas se, em geral, sabedoria significa conhecer o melhor fim e os melhores meios de atingir esse fim [1], dentro dos princípios cristãos, de onde poderá vir essa sabedoria? Como podemos obtê-la ou como devemos pedir essa sabedoria, já que ela envolve a visão das coisas sob a perspectiva de Deus?

Vejamos alguns pontos que podemos depreender da epístola de Tiago 1.5-8 que podem muito bem ajudar-nos diante dos desafios, provações ou aflições em nosso dia a dia.

1.       Se necessitamos de sabedoria, devemos pedir a Deus, e os seus resultados só vêm com a prática de uma vida cristã.    

“Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida.”, diz Tiago 1.5.

A epístola de Tiago trata dessa prática de vida cristã. Ou melhor, Tiago destaca a vida cristã prática. Isso é notável pelos seus ensinamentos morais e éticos de relevância para a Igreja.

Tiago trabalha com temas do nosso dia a dia, como as provações e a fé, a obediência e a religião prática, a realidade da fé, o controle da língua, além de sérias advertências contra o mundanismo, advertência aos ricos e de exortações à vinda do Senhor. Lidar em meio a tudo isso requer de nós sabedoria.

Tiago escreveu para a Igreja, não para uma Igreja específica, mas para os cristãos em geral. Seus escritos valem para todos nós ainda hoje.

O texto do capítulo 1, versos 5 a 8 é uma sequência inserida no contexto de provações e fé, que se inicia nos versos 2 a 4. O conjunto do contexto desses versículos de 2 a 8 é como se fosse um lide – ou seja, um resumo de tudo o que o autor irá desenvolver daí para frente.

Vejamos os versos 2-4:

“Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes.”

Provações são motivos de alegria, não de tristeza. Paradoxo? Não para os verdadeiros cristãos, que entendem muito bem essa linguagem. Deus não nos prova à toa, por nada, ou para destruir-nos. Ao contrário, para tudo existe um propósito nos planos de Deus que quer nos ver com uma vida espiritual saudável, tendo em vista o nosso constante aperfeiçoamento, e prontos para estarmos sempre ao lado dEle, agora, e eternamente.

As tentações ou provações servem como um teste de fortalecimento da nossa fé. Se passarmos neste teste, isso produz em nós a perseverança para que sejamos perfeitos e íntegros. Entretanto, sabemos que isso não é nada fácil. Diante das provações deste mundo, muitas vezes, é difícil sairmos ilesos. Muitas vezes nossas próprias forças não dão conta. Essas provações nos deixam perplexos, indecisos, impotentes. Diante desta situação, precisamos desta sabedoria para lidar com tantos desafios.

Como é certo que as provações existem, para podermos suportá-las, devemos pedir sabedoria somente a Deus, porque Deus é a fonte de toda sabedoria, não os homens. Somente da parte de Deus, o SENHOR dos Exércitos, é que vem o nosso socorro, já que a sabedoria dos homens não reconhece a sabedoria de Deus, porque atua dependendo das nossas mesquinharias e ocasiões, parcialmente, e no âmbito das nossas limitações ou finitude.

Será que as guerras, e tantas outras desavenças, a fome mundial, a devastação do meio ambiente, os assassinatos, a corrupção – dentre tantos outros desequilíbrios –, são exemplos de sabedoria? Onde estão os sábios deste mundo? (cf. 1Coríntios 1.20,21).

O verso 5b diz: “e ser-lhe-á concedida”. Isso significa que a promessa de concessão dessa sabedoria divina é uma certeza para quem pede, confia em Deus e cumpre a Sua vontade.

Daí a Palavra de Deus, em Provérbios 2.1-22, destacar os resultados para quem aceita a sabedoria: o conhecimento de Deus e as bênçãos da vida. “Então, entenderás o temor do SENHOR e acharás o conhecimento de Deus” (v. 5; cf. v. 9 e 21). A Bíblia de Estudo de Genebra (1999, p. 728) também diz  que esses dois aspectos da sabedoria são vistos claramente: o dom divino e a tarefa humana. [2]

Os versículos 3 a 6 do capítulo 2 de Provérbios confirmam isso:

“E, se clamares por inteligência, e por entendimento alçares a voz, se buscares a sabedoria como a prata e como a tesouros escondidos a procurares, então, entenderás o temor do SENHOR e acharás o conhecimento de Deus. Porque o SENHOR dá a sabedoria, e da sua boca vem a Inteligência e o entendimento.”

De boa vontade Deus dá sabedoria a todos nós. Essa sabedoria nos é concedida sem censura, e livremente, sem nenhuma acepção, porque Deus é infinitamente sábio, e, nós, totalmente dependentes dEle, para que não gloriemos na nossa sabedoria, posto que conhecer a Deus constitui a glória do homem (Jeremias 9.23,24).

Todos conhecemos a história do rei Salomão. Até os incrédulos. Em 1Reis 3.7-14 está escrito que Salomão, um jovem rei que assumiu o posto depois da morte de seu pai Davi, estava diante de um grande desafio, que era governar o povo de Deus – uma grande nação que nem se podia contar. Salomão pediu a Deus um coração compreensivo para poder julgar esse povo, para prudentemente discernir entre o bem e o mal (v. 8,9).

Deus agradou-Se de Salomão porque ele não pediu nem riquezas nem vida longa nem a morte de seus inimigos, mas, sim, entendimento para discernir o que é justo. Veja aí o conceito de sabedoria. Assim, o SENHOR deu a Salomão um coração sábio e inteligente, e até o que ele não pediu, tanto riquezas como glória.

Porém, o SENHOR fez uma ressalva a Salomão:

“Se andares nos meus caminhos e guardares os meus estatutos e os meus mandamentos, como andou Davi, teu pai, prolongarei os teus dias” (v. 14).

Como é que nos portamos diante das nossas dificuldades, tribulações ou provações? Queremos resolver tudo do nosso jeito ou paramos um pouco e respiramos, primeiramente, colocando tudo diante de Deus?

Como é que nos portamos diante da nossa família, do nosso cônjuge e nossos filhos, no nosso ambiente de trabalho ou mesmo na Igreja? Será que pedimos a Deus sabedoria para resolver as situações difíceis ou agimos por conta própria? Será que sabemos pedir ou não recebemos porque não sabemos pedir?

Salomão soube pedir, e nós sabemos os resultados desse seu pedido. Como é que estamos pedindo a Deus? Como é que estamos orando, como aquele fariseu ou como o publicano citados em Lucas 18.9-14?

São muitos os exemplos bíblicos que tratam da sabedoria. Podemos aprender muito com todos eles. Já falamos de Salomão. E de Jesus Cristo? Quem já ouviu falar dEle? Você já ouviu falar ou já teve uma experiência pessoal com Ele? Que ninguém se constranja, mas pense nisso.

Outro exemplo é o de Tiago, que pode muito bem ser o nosso. Tiago era irmão de Jesus, mas só reconheceu a Cristo como seu Salvador depois da ressurreição. Daí para frente Tiago tornou-se um dos pilares da Igreja, juntamente com Pedro e João. [3]  Tiago assumiu posição de autoridade como líder da Igreja, além de presidir o concílio de Jerusalém (Atos 15). Homem de coragem, e piedoso, de singular devoção à oração, foi martirizado em 62 d.C. Bateram nele com uma clava até a morte depois de ter sido atirado do parapeito do templo.

 Tantos outros tiveram tão belos exemplos de vida porque optaram pela sabedoria lá do alto com vistas à defesa da sua fé, mesmo em meio a tantas aflições. Jesus foi tentado por Satanás logo no início de Seu ministério terrestre. Foi perseguido pelos fariseus até a morte na cruz. Mas agiu sempre com humildade, que é uma das características da sabedoria.

Assegurando-nos de que no mundo teremos aflição, mas que Ele mesmo venceu o mundo, Jesus foi humilhado a ponto de tornar-Se homem, habitar entre nós, e morrer por nós, pela nossa salvação, para, depois, ressuscitar, seguindo os propósitos de Seu Pai. Jesus é fruto da sabedoria de Deus.

Será que temos fé para acreditar em tudo isso? Para seguir tais exemplos? Para suportar provações semelhantes? Você crê que Jesus é seu único e suficiente salvador, e que toda sabedoria vem somente de Deus por meio desse mesmo Jesus? Pense nisso mais uma vez.

2.       Se necessitamos de sabedoria, devemos pedir com fé, em nada duvidando – diz Tiago 1.6a.

Se Deus é a fonte de toda sabedoria, e se sempre necessitamos de sabedoria para vencermos as aflições deste mundo conturbado e enganador, e se devemos pedir essa sabedoria a Deus diante de tantos desafios, isso deve ser feito com fé, sem duvidar. Devemos pedir com toda sinceridade. De coração aberto, além de uma vida piedosa, um espírito manso e humilde, pois se a arrogância e a insensatez andam juntos, assim também acontece com a humildade e a sabedoria.

Se não agirmos com fé, mesmo em qualquer área de nossa vida, até secularmente, nada conseguiremos. Se pedirmos com fé, Deus nos concederá não apenas sabedoria, mas até mesmo outras coisas.

Como vem agindo essa fé em nós? Como temos dado razão dela diante dos outros? Diante dos incrédulos? Diante das nossas provações, desafios ou aflições? A fé também é dom de Deus. Temos pedido essa fé a Deus? Quais as obras dessa nossa fé? A sabedoria também é um produto da nossa fé. Se fé sem obras não vale nada, aqui, a sabedoria é uma das obras da nossa fé, lembrando que, sem fé, é impossível agradar a Deus.

3.       Se necessitamos de sabedoria, devemos pedir sem vacilar, sem desviar o foco, com perseverança.

Essa perseverança deve ter uma ação completa, para que sejamos perfeitos e íntegros, em nada deficientes diante da provação e confirmação da nossa fé (v. 3,4). Diferentemente de quem tem sua mente dividida, e é instável em tudo o que faz. Este não receberá coisa alguma do Senhor, pois é semelhante às ondas que são levadas e agitadas pelo vento. Fazem muito barulho, e espatifam-se  nas pedras e ribanceiras a beira-mar.

“pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento. Não suponha esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa; homem de ânimo dobre, inconstante em todos os seus caminhos.” (Tiago 6b-8)


Será que estamos levando a sério as nossas orações? Ou será que somos como essas ondas do mar, que fazem muito barulho por nada? Até que ponto vai a nossa hipocrisia diante de Deus, ou a nossa humildade e sinceridade?

A sabedoria somente é obtida por uma completa dependência de Deus, como já foi dito. Toda sabedoria vem do alto. As obras dos homens mostram que não somos tão sábios e inteligentes assim. Todos necessitamos da sabedoria de Deus.

Tiago 3.13-18 faz um desafio a todos nós. O autor pergunta quem dentre os homens é sábio e inteligente a ponto de demonstrar por seu bom procedimento as suas obras praticadas com a humildade que provém da sabedoria.

Prosseguindo, Tiago mostra-nos dois tipos diferentes de sabedoria.

A sabedoria dos homens:

“Se, pelo contrário, tendes em vosso coração inveja amargurada e sentimento faccioso, nem vos glorieis disso, nem mintais contra a verdade. Esta não é a sabedoria que desce lá do alto; antes, é terrena, animal e demoníaca. Pois, onde há inveja e sentimento faccioso, aí há confusão e toda espécie de coisas ruins.” (v. 14-16)

A sabedoria de Deus:

“A sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento. Ora, é em paz que se semeia o fruto da justiça, para os que promovem a paz.” (v. 17,18)

A sabedoria de Deus gera paz, e a paz gera paz, obviamente. Não gera confusão nem outras coisas ruins.

O Salmo 111.10 diz que o temor do SENHOR é o princípio da sabedoria. A excelência da sabedoria é fazer a vontade de Deus. Para isso não devemos vacilar nem envolver-nos em incredulidades, em nossos próprios métodos ou depender de outrem, a não ser de Deus.

Provações, fé, perseverança e sabedoria são a chave para o nosso crescimento espiritual. São conceitos que atuam em conjunto, e exigem uma atitude de nossa parte. Como temos agido em nosso dia a dia diante de tantos desafios?

Todo esse contexto aqui tratado envolve momentos de oração. Mas de oração sincera, não de um tipo de jogo com Deus. Se realmente quisermos obter respostas às nossas orações, uma das condições é termos ânimo singelo, e confiar em Deus apenas, sem desviar do objetivo. Sendo constantes, e perseverantes, mesmo diante das nossas aflições. E não agirmos como as ondas do mar que são impelidas e agitadas por quaisquer ventos, e morrem na praia.

Não adianta reinventarmos a roda. Em meio às nossas provações e desafios a sabedoria tem função muito importante, não somente para nossa vida diária, mas até para o nosso relacionamento interpessoal. Experimente, faça como Salomão, peça sabedoria a Deus, mas peça com fé e perseverança, sem titubear; e mire-se em Cristo, a essência da sabedoria.

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Notas e Referências

[1] McNab, Andrew. A Epístola Geral de Tiago. In: O Novo Comentário da Bíblia. v. II. São Paulo: Vida Nova, 1990. Reimpressão. p. 1389

[2] Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri: Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. p. 728, 1485-1486

[3] João 7.5; Mateus 13.55; 1Coríntios 15.7; Gálatas 1.19; 2.9

quinta-feira, 31 de maio de 2012

UM DESAFIO DE FÉ

     “Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei” - Gênesis 12.1 

     Os homens e seus heróis... Devemos ter heróis? Qual é o seu? A Bíblia também tem seus heróis. Como instrumentos de Deus, os heróis da Bíblia tiveram que enfrentar desafios que pareciam impossíveis aos olhos humanos, mas venceram por causa do nome de Deus. Por causa do poder e dos desígnios de Deus. Muitos desses heróis só seguiram em frente por causa do plano de redenção que Deus havia anunciado e, pela fé, esses heróis enfrentaram obstáculos para fazer a vontade de Deus. Muitos destes heróis estão desfilados na galeria da fé, em Hebreus 11.

      Em meio a essa galeria desponta Abraão que esse mesmo Deus, em Sua soberana e divina graça, prometeu-lhe que lhe mostraria a terra para onde deveria ir, depois de abandonar a sua terra-natal e toda a sua parentela. A ordem era que Abraão teria que ir. Abraão tinha que sair da sua terra. Mas para onde ir? Onde ficava exatamente esse lugar que Deus disse que lhe mostraria? Esse é um dos maiores desafios de fé que um homem pode enfrentar.

     Mas o que nós temos a ver com isso? O que devemos aprender com isso? Qual é a nossa missão, o nosso desafio em meio a tudo isso? O que devemos aprender com Abraão, com seu desafio, seu exemplo, sua missão e ministério?

     Antes de qualquer coisa, rápida e sucintamente, visualizemos o contexto, objetivo e conjuntura de um livro tão vasto, mas tão simples na sua explanação, e tão essencial para nossa compreensão da origem das coisas, segundo o olhar do próprio Criador. Primeiramente, a partir do capítulo 12, as narrativas do livro de Gênesis tomam outro rumo. Aqui começa a saga missionária de Abraão e seus descendentes. Aqui começa a história dos patriarcas.

      O livro de Gênesis pode ser dividido em duas seções principais. Se nos capítulos de 1.1 a 11.9, o tema principal são os eventos da criação, da queda, do dilúvio e da torre de Babel, e abrangem toda a raça humana num período de dois mil anos, os contextos de 11.10 a 50.26 têm como tema central as pessoas, e tratam de Abraão, Isaque, Jacó e José. Ou seja, toda a família de Abraão por um período de 250 anos. Portanto, a maior parte de Gênesis narra a história de Abraão, Isaque, Jacó e seus filhos.

     Sabemos que a palavra “gênesis” significa “origem”, “princípio”, e, ao longo dos seus 50 capítulos e 1.533 versículos, o livro de Gênesis trata da origem das coisas. A tradição diz que sua autoria é de Moisés, e, resumidamente, traz como tema a obra de Deus na criação e na origem da salvação.

     Nessa conjuntura de salvação, de origem, e de redenção de um povo escolhido por Deus, é que Abraão tem sua importância, segundo os planos de Deus. Assim, a passagem de 11.24 a 25.11 descreve a história de um homem que tem seu nome exaltado como servo de Deus em três das mais importantes religiões monoteístas do mundo de hoje: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo, além de ser citado na Bíblia como “o pai da fé”, fazendo jus ao significado de seu nome: “o pai ou líder de muitas nações” (Gênesis 17.5).

     Na passagem de 12.1-9, os versículos de 1 a 3 serão, daqui para frente, uma espécie de marca que acompanhará toda família gerada até agora. Assim como o livro de Gênesis é o alicerce do Pentateuco, ou da Torá, esses três primeiros versos do capítulo 12 são a base do chamado e das promessas de Deus para com Abraão, e do plano de salvação da humanidade.

      As palavras-chave como “grande nação”, “engrandecerei”, “bênção”, “abençoarei”, “amaldiçoarei” e “benditas” contidas nestes versos são promessas dirigidas a Abraão e, através dele, a todo o povo de Israel e, consequentemente, a todos nós.

      A estrutura desse contexto traz uma linguagem que é bem familiar no diálogo entre Deus e Abraão. Era a maneira de como Deus Se comunicava com Abraão. Nesse caso, Deus dava uma ordem, e fazia promessas, e Abraão obedecia, por meio de sua fé, e Deus, assim, confirmava as Suas promessas que Abraão respondia com ações de graça.

      Esta passagem do capítulo 12 e seus versículos de 1 a 9 narra o primeiro desafio de Abraão, dentre tantos outros que viriam pela frente, mas que ele sempre vencia por causa da sua fé e obediência à ordem de Deus. E nós temos muito a ver com isso. Nós devemos aprender muito com isso.

 1. Ordem e promessas de Deus - Gênesis 12.1-3

      “Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção! Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra.” 


     Alguns versículos se destacam neste texto:

 a) “Sai da tua terra... vai para a terra que te mostrarei” - v. 1.

    Deus ordena que Abraão abandone sua vida de idólatra em que se envolvia toda sua família. Seu pai, Tera, prestava culto a ídolos, e o deus-lua, Naná, era adorado em Ur, sua terra-natal. No livro de Atos 7.2,3 diz que esta ordem foi dada a Abraão ainda quando ele estava com sua família na Mesopotâmia, que fica na região hoje conhecida como Oriente Médio, mais especificamente, na região do Iraque.

     Deus, em Sua soberana e divina graça, prometeu a Abraão que lhe mostraria a terra para onde ele deveria ir. A ordem era que Abraão teria que ir. Mas para onde? Que terra era essa? Onde ficava esse lugar que Deus disse que lhe mostraria? Onde e como era esse lugar que Abraão nem sequer conhecia? Em Hebreus 11.8 descreve-se que, pela fé, Abraão obedeceu sem saber para onde ia.

      Deus assumiu responsabilidades para com Abraão, nos versos 2 e 3, enquanto lhe atribuiu tarefas, no verso 1. O propósito de Deus era redimir e salvar a raça humana. E que houvesse um homem que verdadeiramente O conhecesse, que O servisse e guardasse os Seus caminhos (Gênesis 18.18,19). A intenção de Deus era que da família desse homem surgisse uma nação escolhida, uma família de pessoas que se separassem das práticas ímpias das outras nações e fizessem a vontade de Deus. [1]

 b) “De ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome” - v. 2a

     Deus prometeu a Abraão uma terra, uma grande nação através dos seus descendentes e uma bênção que alcançaria todas as nações da terra. Dessa nação é que viria Jesus Cristo, o Salvador do mundo, o prometido descendente da mulher anunciado em Gênesis 3.15, com a queda do homem [2], cujas consequências recaem sobre todos nós ainda hoje. Deus queria constituir um povo Seu de onde sairia Aquele que seria a Sua grande e principal promessa, a redenção há muito anunciada.

     Se Adão e Eva foram expulsos do jardim do Éden (Gênesis 3.23), a Abraão foi-lhe prometida uma terra que manam leite e mel. Se Adão e Eva quiseram tomar suas decisões fora dos planos de Deus, desobedecendo-O, Abraão foi aquele que creu e obedeceu, e teve Deus como seu guia.

     Se foi negado o que os construtores de Babel almejaram fazer com suas próprias forças, e, estes, por causa do seu orgulho e prepotência, numa tentativa de autoafirmação, desafiaram abertamente a Deus - e foram punidos por Deus, em Gênesis 11.1-9 -, este mesmo Deus concedeu a Abraão, na Sua graça soberana, a unificação de um povo para servi-lO e adorá-lO.

 c) “Sê tu uma bênção!” - v. 2b

     Em Gálatas 3.8, Paulo diz que, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o Evangelho a Abraão, sendo nele abençoados todos os povos.

     Assim, a chamada de Abraão envolvia, não somente uma pátria terrestre, mas também uma pátria celestial. Um lar definitivo não mais na terra, mas no céu. Uma cidade cujo artífice e construtor é o próprio Deus, onde habitaremos eternamente com Ele em justiça, alegria e paz (Hebreus 11.9,10,14-16; Apocalipse 21.1-4; 22.1-5). Mas, até então, Abraão seria estrangeiro e peregrino na terra (Hebreus 11.9,13). [3]

 2. Fé e obediência - Gênesis 12.4-6

     “Partiu, pois, Abrão, como lho ordenara o SENHOR, e Ló foi com ele. Tinha Abrão setenta e cinco anos quando saiu de Harã. Levou Abrão consigo a Sarai, sua mulher, e a Ló, filho de seu irmão, e todos os bens que haviam adquirido, e as pessoas que lhes acresceram em Harã. Partiram para a terra de Canaã; e lá chegaram. Atravessou Abrão a terra até Siquém, até o carvalho de Moré. Nesse tempo os cananeus habitavam essa terra.” 

      Convém notar que os versos 4 a 6 do capítulo 12 citados acima, e sua sequência de 7 a 9, são uma continuação de Gênesis 11.28-32 que 12.1-3 abre um parêntese para inserir a ordem e as promessas do SENHOR a Abraão, até então, Abrão, e que nos faz refletir que somente quem tem fé é que pode obedecer, e seguir ao chamado. Somente quem tem fé é que pode vencer qualquer obstáculo, e seguir em frente. Deus tem um chamado para cada um de nós; para você, e também para mim.

     Como anda a nossa fé nesse mundo de incrédulos? O texto diz que Abrão tinha 75 anos quando saiu de Harã. Para os dias de hoje, essa é uma idade em que já estamos fora de qualquer atividade, fora de mercado, e até discriminados por sermos idosos ou encostados em uma cadeira de balanço, abandonados em qualquer lugar por aí, ou mesmo num asilo qualquer, se ainda estivermos vivos.

     No entanto, Abraão estava apenas começando sua vida missionária. O chamado de Abraão levou-o a separar-se da sua pátria, do seu povo e dos seus familiares, assim como das suas antigas crenças (Gênesis 12.1), para tornar-se estrangeiro e peregrino na terra (Hebreu 11.13). Uma saga de fazer história! E você? Como anda sua história diante de Deus? Como você está se portando diante desse mundo cheio de fantasias e mentiras?

     Por fé e obediência, Abraão deixou tudo, inclusive uma região próspera, e rica, para viver em tendas no deserto, servindo somente a Deus. Em Abraão, Deus está ensinando-nos que os Seus eleitos, aqueles a quem Ele chama e Lhe obedecem, devem separar-se de tudo quanto possa impedir o propósito divino na vida deles. [4] Todos somos estrangeiros e peregrinos nesse mundo. Nossa pátria está no céu. Aqui nada temos, a não ser o viver pela graça.

     Porém, o chamado de Abraão não continha apenas promessas. Tinha também compromissos. Deus é soberano sobre nossas vidas, mas Ele também nos dá responsabilidades. Nós temos que fazer a nossa parte para podermos ser dignos das Suas promessas. Quantos cananeus vamos ter que derrubar a cada dia? Qual é o tamanho das nossas atitudes diante das nossas dificuldades?

    Deus requeria de Abraão tanto a obediência quanto a dedicação pessoal a Ele como Senhor para que recebesse aquilo que lhe fora prometido. Nossa obediência e dedicação demandam confiança na Palavra de Deus, mesmo quando o cumprimento das promessas parece-nos humanamente impossível (Gênesis 15.1-6; 18.10-14).

     A obediência à ordem de Deus requer de nós o abandono de nossa terra, que é a nossa zona de conforto, as nossas mesmices cotidianas (Gênesis 12.4; Hebreus 11.8), num esforço sincero para vivermos uma vida de retidão [6] perante Deus, e sermos dignos da Sua presença em nossas vidas (Gênesis 17.1,2).

3. Confirmação das promessas e gratidão - Gênesis 12.7-9

     “Apareceu o SENHOR a Abrão e lhe disse: Darei à tua descendência esta terra. Ali edificou Abrão um altar ao SENHOR, que lhe aparecera. Passando dali para o monte ao oriente de Betel, armou a sua tenda, ficando Betel ao ocidente e Ai ao oriente; ali edificou um altar ao SENHOR, e invocou o nome do SENHOR.Depois, seguiu Abrão dali, indo sempre para o Neguebe.” 

     Devemos ser gratos a Deus pela Sua fidelidade e cumprimento da Sua Palavra. Atos 7.5 e Gálatas 3.16,18 ensinam-nos que a última parte dessa promessa cumpre-se hoje na proclamação missionária do Evangelho de Cristo. A promessa de Deus a Abraão e a Sua bênção sobre ele estendem-se, não somente aos seus descendentes físicos - os judeus crentes -, mas também a todos aqueles que, com fé genuína (Gênesis 12.3), aceitarem e seguirem a Jesus Cristo - a verdadeira posteridade de Abraão (Gálatas 3.14,16). [7]

     Paulo diz, em Gálatas 3.7, 9, 14 e 29, que todos os que são da fé, como Abraão, são filhos de Abraão e são abençoados juntamente com ele. Tornam-se posteridade de Abraão, herdeiros segundo a promessa, o que inclui receber pela fé a promessa do Espírito em Cristo Jesus. Pois, se somos de Cristo, também somos descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa.

     Pois bem, como já foi dito, quem tem fé, obedece, e segue em frente. Mas é Deus quem dá o dom da fé a quem bem Lhe aprouver. Em Hebreus 3.8 está escrito que, pela fé, Abraão, quando foi chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem saber aonde ia.

     Abraão não pôs sua fé naquilo que iria receber, mas, sim, nAquele que lhe fez as promessas; nAquele que lhe impingiu o dom da fé; nAquele que tem poder para tudo isso, e muito mais. Abraão deixou tudo para trás e seguiu em frente na sua jornada missionária. Ele tinha uma missão pela frente que devia ser cumprida. Era esse o chamado de Abraão cuja jornada estava apenas começando. Abraão não se amofinou; topou o desafio, porque creu.

     Assim ele seguia, e a cada passo, a cada missão cumprida, ele erigia um altar em adoração e agradecimento a Deus pela vitória alcançada. Não que ele não tivesse dificuldades, dúvidas, crises. Mas quando isso acontecia Deus estava sempre ao lado dele, incentivando-o, porque Abraão tinha fé, e, por isso,  obedecia; e prosseguia.

     Assim como Abraão, todos nós também somos chamados, mesmo diante de nossas crises e dúvidas em meio a um mundo tão adverso. Mas basta termos fé; basta obedecermos ao nosso chamado, que serviremos a Deus do jeito que somos, e como estamos. Como cristãos, somos o Israel de hoje, a casa espiritual edificada em Cristo. Somos chamados para proclamarmos as virtudes dAquele que nos tirou das trevas para Sua maravilhosa luz (1Pedro 2.9).

     Você crê nisso? Mas, mesmo não crendo, tente, desafie-se. Faça um teste com você mesmo, e saia da sua terra; desapegue-se das suas mesmices, das suas angústias ou crendices, choradeiras ou idolatrias deste século. Atente-se ao seu chamado e cumpra a sua missão como um cidadão digno do Reino de Deus. Encare esse desafio, obedeça ao seu chamado, obedeça à vontade de Deus, e seja você também uma bênção!



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 Notas e Referências 

[1] Estudos doutrinários - A chamada de Abraão. Disponível em: www.midiagospel.com.br Acesso em: 15/05/12

[2] Ibd.

 [3] Ibd.

[4] Ibd.

[5] Ibd.

[6] Ibd.

[7] Ibd.

- A Chamada de Abraão. In: John Stevenson Bible Study. Disponível em: www.johnstevenson.net Acesso em: 07/03/2012

 - _______________. In: Champlin, Russell Norman. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo: v. 1. Gênesis. 2ª ed. São Paulo: Hagnos, 2001. p. 99-102

 - All-Com Allen, Clifton J. (ed. ger.). Comentário Bíblico Broadman: Velho Testamento. Gênesis-Êxodo. v. 1. Rio de Janeiro: Junta de Educação Religiosa e Publicações, 1987

 - Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999

 - Ellisen, Stanley A. Gênesis. In: Conheça Melhor o Antigo Testamento: Um Guia com Esboços e Gráficos Explicativos dos Primeiros 39 Livros da Bíblia. São Paulo: Editora Vida, 2007. p. 20-31

 - Kevan, E. F. A Chamada de Abraão. In: O Novo Comentário da Bíblia. v. 1. editor: Prof. F. Davidson. São Paulo: Vida Mova, 1963, 1990. Reimpressão. p. 95-96

- Livingston, George Herbert. Abraão, o Homem que Deus Escolheu. In: Comentário Bíblico Beacon - O Livro de Gênesis. 1ª ed. v. 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2005. p. 57-58

 - Mesquita, Antônio Neves de. Estudo no Livro de Gênesis. 4ª ed. Rio de Janeiro: Junta de Educação Religiosa e Publicações, 1979

 - O Argumento de Gênesis. In: Foco e Desenvolvimento no Antigo Testamento: Estruturas e Mensagens dos Livros do Antigo Testamento. São Paulo: Hagnos, 2006. p. 21-58

 - O chamado de Abrão. Disponível em: www.religiaoweb.com.br Acesso em: 15/05/12 - Pinto, Carlos Osvaldo Cardoso. 

- Study By Bob Deffinbaugh. O Chamado de Abrão (Gênesis 11:31-19:9) Disponível em: http://bible.org Acesso em: 15/05/12