sábado, 23 de abril de 2011

QUAL É O SEU CHAMADO?

“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pedro 2:9)

NO MUNDO moderno, profissional e secularmente falando, todos têm que procurar uma formação que esteja conforme os padrões e aptidões de cada um, mas principalmente que cada um se encaixe naquela profissão que melhor lhe satisfaça; que melhor condiz com seu desempenho, desejos e realizações para que, além de um rendimento salarial compatível, também possa render-lhe satisfações pessoais.

Ninguém vive feliz fazendo aquilo que não gosta, que não tem nada a ver consigo, que não lhe dá prazer. Tampouco os que estão ao seu derredor. Temos que estar encaixados naquilo a que fomos chamados; para o serviço a que fomos vocacionados. Todos têm um chamado específico para desenvolver uma função específica nesta engrenagem social em que todos precisam estar bem para que tudo corra bem para o bem de todos, mesmo diante de um sistema capitalista selvagem, exigente e competitivo destes nossos tempos.

O mesmo acontece quando se trata dos serviços do Reino. Todos têm um chamado, até mesmo “os que tropeçam na Palavra, sendo desobedientes, para o que também foram postos” (1Pedro 2:8). Diferentemente dos eleitos, estes “que tropeçam” são condenados porque são desobedientes, incrédulos, e essa desobediência não ocorre à parte da vontade soberana de Deus.

Todos fomos chamados para desempenhar um papel importante no contexto do plano de Deus. Deus tem um plano para cada um de nós. Você também foi chamado para se engajar nesse plano. Você tem um chamado. Você tem ciência dele ou você é mais um daqueles que vêm à Igreja somente porque encontra a porta aberta? Somente para cumprir tabela, para não perder o costume? Você é um daqueles que vêm à igreja, e senta,e chora, e ouve tudo, e depois vai embora, e, assim, sucessivamente, em todos os domingos? É esse o seu chamado?

Quem não se lembra de como os discípulos de Jesus foram chamados? Você se lembra de como Jesus chamou e vocacionou cada um deles? “Eu vos farei pescadores de homens”, prometeu-lhes Jesus. Essa promessa é ligada à primeira de todas as chamadas do Evangelho, o que sugere que a tarefa principal do cristão, neste mundo, é ganhar outros para Cristo.

E Pedro estava lá entre os quatro primeiros discípulos que foram chamados por Jesus, e que, assim que foram chamados, deixaram tudo o que estavam fazendo e seguiram a Jesus (Mateus 4:18-25; Marcos 1:16-20; cf. Lucas 5:1-11).

Todos obedeceram ao chamado. Todos seguiram a missão. Todos tornaram-se apóstolos, e hoje são os pilares da Igreja de Cristo. Mas, com exceção de João, todos foram martirizados; morreram e foram sacrificados por causa do seu chamado. Você seria capaz de passar por tais experiências nos dias de hoje em defesa de sua fé? Hoje, literalmente,você seria capaz de morrer por sua fé como aqueles discípulos e tantos outros mártires cristãos? Quais são os nossos argumentos em favor daquilo que cremos? – se é que cremos.

Os apóstolos eram homens simples, tidos até como iletrados,e ignorantes, mas que foram transformados, e Jesus conseguiu fazer deles o alicerce da Sua Igreja. Muitos ímpios hoje em dia utilizam-se do exemplo de liderança de Jesus diante dos Seus discípulos para motivar as pessoas nas suas empresas como exemplo de rendimento no cumprimento de suas metas. Entretanto, a Igreja está construída sobre o alicerce dos profetas e daqueles apóstolos, e até hoje conserva-se unida pela principal pedra – o próprio Jesus Cristo (Efésios 2:20).

E Pedro era um deles. Judeu, profundamente religioso, cuja fé oscilava de quando em quando. Gostava do Antigo Testamento. Sempre tinha que recordar da vida de Abraão e de outros servos de Deus, da antiga dispensação. Suas mensagens são simples, e todas baseiam-se em testemunhos; em fatos da vida de Jesus e do ministério apostólico.

Suas duas epístolas, juntamente com as de Tiago e Judas, são conhecidas como as epístolas gerais, católicas ou universais.Elas servem de aplicação para quaisquer épocas. Escrita no final de sua vida aqui na terra, a primeira epístola de Pedro coloca-se entre os anos 64 a.C. e 68 a.C., e tem o propósito de encorajar e fortalecer os crentes com as consolações do Evangelho numa época de provação e crise aguda.

A estes Pedro chama de eleitos, peregrinos, forasteiros, estrangeiros dispersos. É a epístola da esperança viva, fundada na ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos. Assim, ela se aplica a nossos dias, dada a sua insistência na firmeza em tempos de sofrimentos à luz da esperança no Redentor ressurreto.

Em 1Pedro 2:9,10, o autor muda de assunto e, aplicando à Igreja os termos do Antigo Testamento referentes à Israel, afirma a continuidade entre o Israel do Antigo Testamento e a Igreja do Novo Testamento. Israel e a Igreja são representados como o único povo de Deus.

Nos versos 8 e 9, Pedro assinala um nítido contraste entre o destino dos incrédulos (v. 8) e a posição dos eleitos; os crentes em Cristo. “Pedra de tropeço e rocha de ofensa. São estes que tropeçam na palavra, sendo desobedientes, para o que também foram postos. Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.”

Mas quem são esses eleitos? Quais são suas principais características?

1. São os crentes; a Igreja de Cristo – a “geração eleita”; a “nação santa”; o “povo adquirido” – um povo especial com um chamado especial.

Isto é a Igreja, que é constituída por todos os crentes. A Igreja é a casa espiritual escolhida por Deus edificada em Cristo. São títulos dados aos cristãos, tomados diretamente como se descreve o povo de Deus do Antigo Testamento (Êxodo 19:5; Isaías 43:21).

Somente os crentes são eleitos. Os crentes assumem tais títulos como o novo Israel, raça eleita, com direito a todos os privilégios, chamados para aceitar as responsabilidades de povo escolhido de Deus.

2. São o “sacerdócio real” – Este é um dos privilégios dos crentes: ter acesso direto a Deus por meio de Cristo.

Os santos desfrutam do governo de Deus e, como sacerdotes, possuem íntimo acesso a Ele (Hebreus 10:19-22 1Pedro 2:5-9).

Cumpre aos crentes ser um sacerdócio real (Êxodo 19:6; Apocalipse 1:5,6). Eles formam um novo Templo, edificado em Cristo, no qual, como novo sacerdócio, oferecem sacrifícios de adoração espirituais e aceitáveis (1Pedro 2:4-8).

Os dois ofícios de rei e sacerdote eram zelosamente conservados um separado do outro em Israel (cf. 2Crônicas 26:16-21), mas, em Cristo, estes dois ofícios se combinam. Cristo é sacerdote entronizado rei (Zacarias 6:12,13), e todos quantos O seguem são reis e sacerdotes para Deus.

Tudo quanto o sacerdote era nos tempos do Antigo Testamento, em relação com Deus e os homens, o cristão deve ser na sua coletividade e na sua vida individual.

3. São os arautos e testemunhos dos atos poderosos e nobres de Deus – “para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”

A eleição e o chamado do povo de Deus não são somente para a salvação, mas também para o serviço.Todos os crentes são chamados para dar alegre testemunho dos atos salvíficos de Deus.

Os crentes devem perceber seu novo papel na sociedade como comunidade espiritual escolhida por Deus (1Pedro 2:4-10). Eles desfrutam novos relacionamentos para com Deus de forma a torná-lO conhecido como Deus Salvador, e misericordioso, por meio do testemunho (1Pedro 2:9,10).

Se somos eleitos, somos verdadeiramente crentes. Se somos verdadeiramente crentes, temos um chamado que não pode ser descartado, e o dever de estarmos na linha de frente quando formos convocados. Que não deixemos ser levados pelas intrigas, fofocas, ciúmes, melindres ou demais chorumelas de ninguém, nem mesmo de nós próprios. Também é bom lembrar que, num sentido amplo, todos os crentes são ministros, o que significa ser “servidor”; “criado”; um “ajudante”.

Dentro do ministério cristão há grande diversidade. Nem todos são chamados para servir com a mesma capacidade e dom (1Coríntios 12:4-11). Mas todos são chamados e eleitos para um tipo de serviço. Assim, todos os eleitos foram chamados para servir, ou seja, para dar fruto (João 15:16; 1Pedro 2:9). Qual é o seu chamado? Qual é o seu dom? Seu chamado é reconhecido pelos outros?

Bibliografia

ATKINSON, F. C. Basil. O Evangelho Segundo São Mateus: Introdução e Comentário. In: O Novo Comentário da Bíblia, vol. 2. (editor em português R. P. Shedd). São Paulo:Vida Nova, 1963, 1990. p. 952. Reimpressão

Bíblia de Estudo de Genebra. Trad. por João Ferreira de Almeida. São Paulo e Barueri: Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. notas. p. 1497

MCNAB, Andrew. As Epístolas Gerais de Pedro. 1Pedro: Introdução e Comentário. In: O Novo Comentário da Bíblia, vol. 2. (editor em português R. P. Shedd). São Paulo:Vida Nova, 1963, 1990. p. 1401-1418. Reimpressão

O Sermão Eficaz - Curso de Homilética. Apostila adaptada do livro homônimo de James Cranc “El Sermón Eficaz” pelo Prof. Rev. Osvaldo Chamorro. El Paso, Texas, Casa Bautista de Publicaciones, 1971. p. 4

PINTO, Carlos Osvaldo Cardoso. O Argumento de 1Pedro. In: Foco e Desenvolvimento no Novo Testamento. 1ª ed. São Paulo: Hagnos, 2008. p. 525-538

PENSE EM JESUS CRISTO

A Sexta-Feira Santa, ou da Paixão, é a data que a cristandade usa para comemorar a crucificação e morte de Jesus Cristo.
É importante pensar no que Ele fez. Todos os dias.
Antes de Jesus vir, o mundo estava perdido. E agora? Continua perdido.
É nesse ponto que Sua crucificação e morte fazem toda a diferença. Sem Ele, não há esperança. Só há perdição.
O mundo está cheio de pecado, maldição e escuridão.
Quem nos resgatará?
Jesus.
Até as Igrejas institucionais estão cheias de pecado, maldição e escuridão.
Quem nos resgatará?
Jesus.
Nós mesmos nascemos cheios de pecado, maldição e escuridão.
Quem nos resgatará?
Jesus.
Ele não veio a este mundo fazer uma visitinha nem tirar férias. Ele veio resgatar.
Nesta data e nos dias seguintes, desafio você a ler o Evangelho de Mateus, Marcos, Lucas e João e deixar o Espírito Santo tocar sua vida com a história, vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo.

(Fonte: www.juliosevero.com)