domingo, 13 de setembro de 2009

À LUTA, POIS!...

“Quando andar em trevas, e não tiver luz nenhuma, confie no nome do SENHOR, e firme-se sobre o seu Deus” – Isaías 50:10b

DIANTE DOS desafios a que estamos expostos todos os dias da nossa vida – e olha que são muitos! –, muitas vezes, até parece que esta lide nunca terá fim, posto que estamos tão envolvidos neles que nem vemos o final deste túnel, muito menos a tão esperada e famigerada luz. Diante de tão exaustiva situação, às vezes nos tornamos ainda mais frágeis, muito mais impotentes do que já fomos, ou que ainda somos, perante outras ocasiões, posto que não somos nenhum super-homem, por mais que pensamos ou que nos arroubamos que somos ou por mais metidos a besta que queiramos, tendo em vista tanta propaganda enganosa em torno deste assunto supervalorizando o antropocentrismo, que, no final das contas, ou melhor, no final dos nossos dias, veremos que aqueles super-heróis da mídia são muito melhores do que nós mesmos porque, embora inventados pelo próprio homem, eles não passam de um grande sonho daquilo que almejávamos na vida real. Super-heróis? Super-homens? Ledo engano! Haja vista tantas crianças que na sua vasta, mas ingênua, criatividade tentam imitá-los, e se esborracham pela janela abaixo, esboroando-se, deixando apenas uma triste história nas cenas de uma tragédia de um catastrófico e último ato, ou seja, levando consigo o fim de um sonho para toda a eternidade. Embora todos estejam no direito de terem os seus sonhos – porque sonhar também faz parte desta vida –, mesmo assim, sonhos não passam de apenas sonhos, se não os transformarmos em realidade; se, na prática, não os concretizarmos. Aí é que a coisa pega, porque é aí que temos que suar a nossa camisa e mostrarmos o que somos, ou a que viemos, para não tornarmos tais sonhos em pesadelo. Temos que praticar os nossos melhores dons, conforme os desígnios dAquele que nos incumbiu que os praticássemos com vistas aos objetivos para cada um de nós por Ele projetados. Daí, voltarmos aos nossos desafios, à nossa realidade do dia a dia que, mesmo sacrificante, é bem melhor, já que esta nossa vida não é nenhum faz de conta, muito menos um mar de rosas, mas que, no final das contas, vivemos pela causa de alguma vitória, mesmo que nem sempre tenhamos a chance de vencer tudo numa única largada. Muita vez a derrota significa uma grande vitória, um enorme estágio para um importante aprendizado, uma reflexão de que estávamos necessitando para botarmos os pés nos trilhos e começarmos tudo de novo, de uma outra forma, bem mais amadurecida. E para que consigamos tal vitória, imprescindivelmente, é necessário que passemos por lutas, às vezes, terríveis, que parecem não ter fim. Mas isto é a vida, ou não é? Vida fácil? Balela. Superpoderes, sonhos, vitórias ou derrotas à parte, poderoso mesmo é somente Deus, que de tudo nos provê em favor do nosso bem-estar, natural e espiritual; que é o Criador do céu e da terra, e de tudo o que neles há; e de Quem vem a nossa capacidade e o nosso socorro a todo tempo que clamarmos, não importam as circunstâncias, porque nEle não há acepção de pessoas. Ele não nos julga com parcialidade, como nós, seres humanos, errônea e costumeiramente nos portamos. Os especialistas confirmam que, embora Deus nos chame para discernir e discriminar entre o bem e o mal, uma distinção baseada sobre meras exterioridades, tais como status econômico, diferenças étnicas e coisas semelhantes, é vista como uma forma pervertida de juízo. Todos somos preciosos para Deus, ricos e pobres, negros e brancos, vermelhos e amarelos, dentre tantos outros contextos e matizes, no sentido de irmandade cristã, ensinada pelo próprio Senhor Jesus.

Basta uma pitada de fé, e a nossa vida se transformará para sempre por uma ação divina e eficaz operada pelo Santo Espírito de Deus para nunca mais desandarmos num passado nebuloso, covarde, e sem sentido para com as coisas espirituais, já que a carne é podre – pelo menos apodrecerá em pouquíssimo tempo; e fenecerá. “O espírito é que vivifica, a carne para nada aproveita”, ensina o Senhor Jesus, numa estreita cooperação entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo com relação à condução à fé de todos aqueles que Deus escolheu redimir, já que a redenção dos eleitos é certa, e o Filho promete aceitar qualquer um que crê verdadeiramente. Só as coisas do espírito é que nos revigoram com o tônico da vida eterna, renovando-nos em abundância, cotidianamente, pela graça de Deus, não por merecimento nosso, longe das mesquinharias da carne cujos dias já estão contados nesta vida de lamúrias. Só o espírito é que permanece para toda a eternidade, carregando em si as consequências das práticas dos tempos da carne. Com propostas diametralmente opostas, como a luz e as trevas que, em termos de uma luta entre as forças da fé e as da descrença, a carne e o espírito jamais se resolverão de comum acordo, daí, carecermos do alerta sobre a escolha entre um ou outro caminho, seguindo em constante vigilância na rota desta nova vida neste mundo atribulado, posto que, depois, só mesmo o juízo de Deus naquele dia aprazado.

Diante de tanto contrassenso e tentações neste mundo, o próprio Senhor Jesus ainda continua sendo a nossa única esperança, quer queira ou não os incrédulos e seus similares, já que este mesmo Jesus é a encarnação da própria Palavra de Deus tão insistentemente propalada desde os tempos mais remotos, e até mesmo antes da fundação do mundo, dado o soberano conhecimento do SENHOR nosso Deus sobre os nossos percalços, posto ser sabedor de todas as coisas como elas realmente se dão, passadas, presentes e futuras, e em suas reais relações, segundo Berkhof: “Ele [Deus] conhece a essência oculta das coisas, em que o conhecimento do homem não pode penetrar. Ele [Deus] não vê como vê o homem, que só observa as manifestações externas da vida, mas penetra as profundezas do coração humano.” Portanto, que nos vigiemos em estarmos em pé, cuidando-nos para não cairmos, como um atleta que toma o devido cuidado para chegar vitorioso ao final de cada modalidade das suas competições. Se somos verdadeiramente crentes em Cristo, se sabemos que fiel é Deus que não nos permitirá que sejamos tentados além das nossas forças, estaremos seguros na certeza de que, juntamente com as tentações, o Senhor nos proverá livramento, de sorte que possamos suportar quaisquer agruras deste mundo cruel. Mas, segundo estudiosos, tal confiança deve-se estear nas promessas de Deus e na fiel aderência às condições nelas implícitas. Afirmam ainda que a tentação sempre nos força por afastar-nos do modo correto de vida, entretanto, Deus sempre guarda o crente neste particular, e se este crente se apoiar em Deus, encontrará meio de escapar, tornando-se mais que vencedor por meio dAquele que nos amou primeiro, e que, por isso mesmo, devemos aclamar tal qual o apóstolo Paulo: “Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo.” E quem é este Jesus Cristo para cada um de nós? Quem é Jesus Cristo para mim? Quem é Jesus Cristo para você, para o nosso vizinho, para nossa família, nossos filhos, nosso país? Além de ser Aquele que venceu o mundo, que alertou a Seus discípulos que por meio dEle é que se tem a verdadeira paz, posto que neste mundo teremos aflições, este mesmo Jesus Cristo também confia na vontade do Seu próprio Pai, o Qual está sempre com Ele. Mais ainda, revela que o alicerce da nossa fé deve ser posto na Sua vitória sobre as forças das trevas. Assim, encoraja os Seus discípulos, dizendo: “Tende bom ânimo, eu venci o mundo.” Tudo isso serve para cada um de nós também. São exemplos dos portais da nossa fé tão ameaçada hoje em dia, e que também servem para todos nós diante de tanta banalidade, mas que, inspirados pelo Espírito também possamos proclamar como fez Pedro em nome dos seus irmãos desta mesma fé quando Jesus lhe inquiriu sobre o que eles pensavam quem era o Senhor Jesus na opinião de cada um deles: “Tu és o Cristo.” Foi esta a resposta convicta de Pedro. Será que já estamos prontos para receber uma inspiração tão profunda e real a ponto de declararmos diante de todos em nosso derredor, seja lá onde estivermos, e na hora adequada, uma afirmação deste porte que possa convencer a todos os demais e levá-los a compartilhar e também a acreditar conosco nas maravilhas desta nossa fé, desta nossa confissão, assim, rasgada, de peito aberto, sem nenhum fanatismo religioso da boca para fora ou intenção outra senão a de que somos sincera e intimamente convencidos por uma ação divina do Espírito de Deus? Quão extraordinário é reconhecer nesse Jesus o Messias, o Salvador do Qual todos os profetas falaram e que todos nós, na nossa quase totalidade, esperamos! Quão admirável é confessarmos abertamente, e de dentro do nosso coração, ou seja, francamente, que esse Jesus Cristo é o Filho de Deus, o nosso único Advogado, o nosso único intercessor entre nós e o Pai – e não mais outro nem mais ninguém nem qualquer outra coisa, aqui sem nenhum fruto de pura emoção, mas racionalmente, ou seja, em espírito e em verdade! Só assim é que poderemos enfrentar qualquer desafio, venha de onde vier, posto que o nosso Deus é bem maior que as coisas deste mundo, e poderoso para nos livrar. “Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?” À luta, pois, já que somos mais que vencedores pelo amor deste SENHOR nosso Deus que está em Jesus Cristo, nosso Senhor e Redentor. À luta, pois!... É o SENHOR que nos livra a nossa alma da morte, os nossos olhos das lágrimas, e os nossos pés da queda; nEle, pois, não há derrota alguma.

REFLEXÃO DE HOJE
“O Senhor Deus me deu uma língua erudita, para que eu saiba dizer a seu tempo uma boa palavra ao que está cansado. Ele desperta-me todas as manhãs, desperta-me o ouvido para que ouça, como aqueles que aprendem. O Senhor Deus me abriu os ouvidos, e eu não fui rebelde; não me retirei para trás. As minhas costas ofereci aos que me feriam, e a minha face aos que me arrancavam os cabelos; não escondi a minha face dos que me afrontavam e me cuspiam. Porque o Senhor Deus me ajuda, assim não me confundo; por isso pus o meu rosto como um seixo, porque sei que não serei envergonhado. Perto está o que me justifica; quem contenderá comigo? Compareçamos juntamente; quem é meu adversário? Chegue-se para mim. Eis que o Senhor Deus me ajuda; quem há que me condene? Eis que todos eles como roupas se envelhecerão, e a traça os comerá. Quem há entre vós que tema ao SENHOR e ouça a voz do Seu servo? Quando andar em trevas, e não tiver luz nenhuma, confie no nome do SENHOR, e firme-se sobre o seu Deus.” – Isaías 50:4-10

LEITURAS DE HOJE
Salmo 116; Isaías 50:4-10
Tiago 2:1-5; Marcos 8:27-38

NOTAS
[1] Salmo 121:1-8; 124:8; Gênesis 1:1; 2Coríntios 3:5; Romanos 2:11; Efésios 6:9; Colossenses 3:25; Tiago 2:1,4
Bíblia de Estudo de Genebra. Trad. por João Ferreira de Almeida. São Paulo e Barueri: Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. notas. p. 1487
ROSS, ALEXANDER. A Epístola Geral de Tiago: Introdução e Comentário. In: O Novo Comentário da Bíblia, vol. 2. (editor em português R. P. Shedd). São Paulo: Vida Nova, 1963, 1990. p. 1391. Reimpressão
[2]Romanos 7:15-23; 8:5-8,13; João 6:63; 2Coríntios 3:5,6; João 6:37-40,44-46,57,65; 1:4,5
Bíblia de Estudo de Genebra. Trad. por João Ferreira de Almeida. São Paulo e Barueri: Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. notas. p. 1228, 1240, 1241
[3] João 1:1-14; 1Coríntios 10:24-27,12,13; Romanos 8:37; 1Coríntios 15:57; João 16:33; 17:15; Marcos 8:27-29; Romanos 8:31,37; João 4:23,24; Salmo 116:3b,8
BERKHOF, LOUIS. Teologia Sistemática. 3.ª ed. revisada. Trad. Odayr Olivetti. São Paluo: Cultura Cristã, 2007. p. 65, 66
Bíblia de Estudo de Genebra. Trad. por João Ferreira de Almeida. São Paulo e Barueri: Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. notas. p. 1356, 1357
PROCTOR, W. C. G. As Epístolas aos Coríntios: Introdução e Comentário. In: O Novo Comentário da Bíblia, vol. 2. (editor em português R. P. Shedd). São Paulo: Vida Nova, 1963, 1990. p. 1206. Reimpressão
ARMELLINI, Fernando. Celebrando a Palavra. Ano B. Trad. por Comercindo B. Dalla Costa. São Paulo: AM Edições, 1996. p. 399
SWIFT GRAHAM, C. E. O Evangelho Segundo São Marcos: Introdução e Comentário. In: O Novo Comentário da Bíblia, vol. 2. (editor em português R. P. Shedd). São Paulo: Vida Nova, 1963, 1990. p.1004, 1005. Reimpressão
M´CAW, Leslie S. Os Salmos: Introdução e Comentário. In: O Novo Comentário da Bíblia, vol. 1. (editor em português R. P. Shedd). São Paulo: Vida Nova, 1963, 1990. p.601. Reimpressão