segunda-feira, 23 de novembro de 2009

VEM, SENHOR JESUS!

“E então verão vir o Filho do Homem nas nuvens, com grande poder e glória. E Ele enviará os Seus anjos, e ajuntará os Seus escolhidos, desde os quatro ventos, da extremidade da terra até a extremidade do céu” – Marcos 13:26,27

QUEM É QUE por este mundo afora – e que esteja cônscio de sua plena lucidez ou sanidade mental –, sente prazer em conviver em meio a tantas catástrofes fenomenais sejam de ordem natural ou mesmo moral, tipo tsunamis que nos arrastam sem volta por um despenhadeiro sem fim ou coisa parecida? Ou mesmo quem é que consegue sobreviver em meio a tanta violência, traição, mortes ocasionadas por doenças incuráveis, por assassínios, tantas guerras, quais terremotos ou erupções vulcânicas que vão dizimando tudo por onde vão passando, sem nenhum rastro de compaixão nem qualquer outra sensação de alívio ou outro tipo de sensibilidade qualquer, e tudo mais? Apesar de hoje em dia tudo isso ser um fato tão corriqueiro que nem nos assusta mais como se consumasse um efetivo desarranjo das coisas, não somente da natureza como um todo, mas também do próprio ser humano em geral, no seu íntimo, na sua ética, no seu próprio relacionamento com os demais semelhantes, e com o seu próprio meio ambiente, assim como na própria sociedade, consequentemente. Como se já estivéssemos acostumados com tantos absurdos, ainda hoje somos confrontados por crises das mais diversas, e outras calamidades, que nos agitam, assustam, e também abalam as nossas famílias e o mundo inteiro. Ainda hoje somos desafiados a acharmos uma saída honrosa para tudo isso que, assim, de pronto, somos os únicos responsáveis, mas que, muita vez, ainda procuramos um bode expiatório como se nada disso nos atingisse e não acontecesse com nenhum de nós. Só acontece com os outros. Como neste mundo dos homens a corda sempre arrebenta do lado mais fraco, certo tipo de gente vive por aí como se fosse intocável, confiando em si mesma como se nada lhe atingisse, como se não vivesse neste mundo dos pobres e mortais pecadores, como se fosse um deus, sem nenhum temor do Deus vivo e verdadeiro. Como se todas as desgraças fossem os outros. “Eu? Não é comigo, não. Dá licença que eu quero passar! Nada disso me atinge. Dá licença aí, meu!”, esquiva-se, rápida e descaradamente. Ô, coitado! Quem é que ainda consegue dormir em paz em meio a tudo isso, a esta confusão toda, e em meio a tanta covardia, sem se arrostar diuturnamente com todos os sinais de um mundo que está sendo dominado pelo maligno? Este mundo, um dia, terá seu fim? Quando estaremos livres de tanta aflição? Não que tais constatações não sejam abomináveis, horríveis, destruidoras, para não serem incansavelmente mencionadas ou insistentemente lembradas. Não que elas não devam ser contestadas nem que não sejam perturbadoras e tão aloucadamente terríveis. No entanto, nenhum de nós, quem quer que seja, está longe de passar por elas neste mundo.

Receios à parte, pois a nossa esperança é que toda esta nossa tristeza seja transformada em grande alegria, algum dia. E os crentes cristãos têm tudo para poderem acreditar nisso, posto que Deus atende todas as nossas aflições. O salmista Davi exorta-nos a louvar a Deus e a confiar somente nEle, testificando os grandes atos deste Deus na história, e em nossas vidas, tendo em vista a sua inesquecível experiência com Ele, já que Ele sempre ouve e responde às orações de Seu povo. “Engrandecei ao SENHOR comigo; e juntos exaltemos o Seu nome. Busquei ao SENHOR, e Ele me respondeu; livrou-me de todos os meus temores. Clamou este pobre, e o SENHOR o ouviu, e o salvou de todas as suas angústias. Provai, e vede que o SENHOR é bom; bem-aventurado o homem que nEle confia. Os olhos do SENHOR estão sobre os justos, e os Seus ouvidos atentos ao seu clamor. Os justos clamam, e o SENHOR os ouve, e os livra de todas as suas angústias. Muitas são as aflições do justo, mas o SENHOR o livra de todas. Ele lhe guarda todos os seus ossos; nem sequer um deles se quebra. O SENHOR resgata a alma dos Seus servos, e nenhum dos que nEle confiam será punido.” Assim como o salmista, apesar de todas as nossas aflições, nós também não podemos desanimar quando tudo nos parecer fora de controle, posto que a bondade e o poder do SENHOR é que mantêm a força interna do crente em total segurança. Ele é o nosso Deus, o nosso refúgio e fortaleza. Ele nos acolhe e nos protege como um escudo debaixo de Suas asas. Está escrito que aquele que se acolhe nos braços de Deus permanece seguro do laço do perseguidor, da peste perniciosa, do terror noturno, e da mortandade que assola ao meio dia. “Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita, mas não chegará a ti.” É isso, que tenhamos fé nEle, e prossigamos em frente, para o alto, sempre, que nada poderá nos abalar. Assim como uma ave-mãe compassiva protege os seus filhotes, como um Deus de perto – e não de longe –, e em toda a Sua onipresença e onipotência, somente o SENHOR é que pode nos trazer paz por mais complexas que sejam as nossas circunstâncias. Os que confiam em Deus não se abalam, continuam firmes, como o monte de Sião. “Assim como estão os montes à roda de Jerusalém, assim o SENHOR está em volta do Seu povo, desde agora e para sempre.” Assim como as montanhas em derredor tinham sua importância para a defesa da cidade, e representavam a presença de Deus, assim também os eruditos afirmam que a fixidez e a imutabilidade dessa relação entre o SENHOR e Seu povo é semelhante a que existe entre uma cidade e suas redondezas. Ou seja, ultrapassa em muito a experiência de um indivíduo, pois dura para sempre. Por isso mesmo é que incansavelmente Deus deve ser louvado pelo amor de Suas obras maravilhosas; por Seus grandes atos de redenção. Como no passado, na nação de Israel, Deus os realizara – cujo maior exemplo, segundo os especialistas, seria o êxodo, quando Deus libertou Seu povo de seus opressores egípcios –, Deus ainda age na história, em conformidade com Seu caráter e Sua lei. Estes estudiosos nos lembram que através de Seus grandes atos históricos, as pessoas podem reconhecer a justiça de Deus, mas que estas maravilhas não fiquem só na nossa lembrança como um ato da memória, e, sim, que também envolvam devoção e obediência, pois devido aos nossos pecados, não merecemos a salvação da parte de Deus, porém, esta tem sua origem no eterno amor de Deus para com Seu povo. “Piedoso e misericordioso é o SENHOR; tardio em irar-Se, e grande em beneficência e verdade; que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniquidade, e a transgressão e o pecado; que ao culpado não tem por inocente ...”, e, assim, segue a Palavra de Deus capturando a maneira correta de aproximarmo-nos deste nosso SENHOR, que é Deus, e que, portanto, nos inspira reverência e respeito. “O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria; bom entendimento têm todos os que cumprem os Seus mandamentos; o Seu louvor permanece para sempre.” Quer queiramos ou não, Deus cumprirá Suas ameaças contra os ímpios. No entanto, sempre há a esperança do perdão.

Falar desse amor de Deus é assunto que não se acaba nunca. Mas muito mais importante do que falar é praticar este amor, como o próprio Deus assim nos ordena, já que é o maior de todos os mandamentos. Amar a Deus de todo o nosso coração, e de toda a nossa alma, e de todo o nosso entendimento, e de todas as nossas forças; e amar o nosso próximo como a nós mesmos, não é apenas um mero jogo de palavras bonitas que servem de pauta para nossas retóricas públicas, de palanques e de púlpitos, mas uma ordem prática de comando que tem que ser cumprida por todos nós, sem exceção alguma, principalmente para nós que tanto nos exaltamos por aí repetindo trechos bíblicos como se competindo com os demais, mas, que, na prática, estamos muito longe de seguirmos de fato este tão significativo ensino do Senhor Jesus. A Bíblia diz que Deus é amor, e que foi Ele que nos amou primeiro, por isso, nós também devemos amá-lO. “Nisto se manifesta o amor de Deus para conosco: que Deus enviou Seu Filho unigênito ao mundo, para que por Ele vivamos. Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que Ele nos amou a nós, e enviou Seu Filho para propiciação pelos nossos pecados.” Aquele cujo advento foi anunciado e em Quem foi acentuado o Seu poder por ser o próprio Messias tão esperado desde os mais remotos tempos, Este em cujos ombros carrega toda a plenitude de um governo próspero, ou seja, um reino eterno, de paz, prevalecem sobre Si a promessa e a certeza do livramento enviado pelo próprio Deus, assim como também um raiar de um novo dia para as nações oprimidas da terra que conhecerão o poder de Seu domínio e a inspiração deste Seu governo salvador e redentor, e em que a paz é o traço dominante nesse reinado. Os especialistas comentam que tão grande e poderoso é este Rei que um único título de majestade não basta para descrevê-lO, e entre os muitos nomes significativos que Lhe são dados está o de Deus Forte, segundo uma das maiores profecias messiânicas já anunciadas. “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os Seus ombros, e se chamará o Seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.” Ainda segundo os eruditos, é manifestamente impossível relacionar tais palavras de majestosa profecia com qualquer outra pessoa que não seja o próprio Messias, e que através dos séculos a Igreja Cristã encontrou nelas os atributos iniludíveis do Rei vivo e vitorioso no coração dos homens, o único capaz de libertar e salvar a alma na sua situação desesperada e de conduzir o homem a um novo e melhor caminho de acordo com os mandamentos de Deus. E, depois de vencer a morte, vencendo as aflições deste mundo para servir-nos de exemplo, e nos salvar de nossos pecados, e de nos trazer as vitórias de um Reino promissor cujos frutos já estamos usufruindo desde já aqui nesta terra – o justo vive por fé –, é este mesmo Rei que virá como o Filho do Homem, na Sua segunda vinda, para levar os Seus eleitos, ou seja, a Sua Igreja gloriosa – aqueles que permaneceram firmes na sua fé até o fim, apesar de todas as contrariedades deste mundo, e de todas as tribulações que lhes foram permitidas passar, mas que foram derrotadas pela sua confiança neste Deus Todo-Poderoso; que foram salvos, principalmente pela graça deste Deus Soberano absoluto e misericordiosíssimo que escolhe quem bem Lhe entender para morar no céu com Ele. Desta vez, a Bíblia diz que o Filho do Homem virá em meio a toda aquela teofania, cercado de todos aqueles eventos de glória, poder e majestade que Lhe são devidos, e que depois disso tudo o mundo não será mais o mesmo. “Eis que vem com as nuvens, e todo o olho O verá, até os mesmos que O traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre Ele. Sim. Amém. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso.” Mas quando virá este dia? O próprio Senhor Jesus, após alertar que passará o céu e a terra, mas que as Suas Palavras não passarão, afirma que daquele dia e hora ninguém sabe. “Nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai.” Mas que o Senhor virá, isso sim. Virá para levar os Seus escolhidos. O próprio Senhor Jesus nos exorta a estarmos sempre vigilantes porque não se sabe quando chegará o tempo. O que é certo é que estas são palavras reconfortantes. O anúncio de que o reino do mal está chegando ao fim, e que o Filho do Homem reunirá e levará todos os Seus eleitos, livrando-nos definitivamente de todos estes cataclismos pelos quais já estamos cansados de tanto sofrer em todos os termos, até mesmo políticos, econômicos e sociais, que só nos levam a um duro teste de fé e de sobrevivência nestes tempos de tantos desafios em que muitos se resignam, outros até se revoltam, blasfemam e desanimam, julgando ter chegado o fim de tudo, até mesmo da própria fé diante de todos estes absurdos. Só mesmo a poderosa mão de Deus para nos resgatar desta confusão toda. Vem, Senhor Jesus, em toda a Tua glória e majestade! Vem buscar este Teu povo que tanto Te espera. Vem, Senhor Jesus, Rei do Universo; vem, a Tua Igreja Te espera! Vem, e salva o Teu povo. Aleluia, e amém!

REFLEXÃO DE HOHE
“Ora, naqueles dias, depois daquela aflição, o sol se escurecerá, e a lua não dará a sua luz. E as estrelas cairão do céu, e as forças que estão nos céus serão abaladas. E então verão vir o Filho do Homem nas nuvens, com grande poder e glória. E Ele enviará os Seus anjos, e ajuntará os Seus escolhidos, desde os quatro ventos, da extremidade da terra até a extremidade do céu. Aprendei, pois, a parábola da figueira. Quando já o seu ramo se torna tenro, e brota folhas, bem sabeis que já está próximo o verão. Assim também vós, quando virdes sucederem estas coisas, sabei que já está perto, às portas. Na verdade vos digo que não passará esta geração, sem que todas estas coisas aconteçam. Passará o céu e a terra, mas as Minhas Palavras não passarão.” – Marcos 13:24-31

LEITURAS DE HOJE
Salmo 111; Daniel 7:9.10
Apocalipse 1:1-8; Marcos 13:24-31

NOTAS
[1] João 16:33; Gênesis 16:11; 29:32; Salmo 34:1-8,15-17,19-22; Colossenses 1:24; Isaías 9:6; Romanos 5:1; Efésios 2:13-20; 2Timóteo 3:12; Romanos 8:37; 1João 4:4
Bíblia de Estudo de Genebra. Trad. por João Ferreira de Almeida. São Paulo e Barueri: Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. notas. p. 636
[2] Salmo 126:1-6; 1Samuel 21:10-15; Salmo 91:3-8: Jeremias 23:23,24; Salmo 125:1-3; Isaías 54:10; Joel 3:17,18; 2Reis 6:17; Salmo 111:1-10; 44:1; 111:4b; Êxodo 34:6,7; Isaías 1:18; Marcos 2:5,7b; Salmo 34:7; 36:1; 128:1; 130:4
M´CAW, Leslie S. Os Salmos: Introdução e Comentário. In: O Novo Comentário da Bíblia, vol. 1. (editor em português R. P. Shedd). São Paulo: Vida Nova, 1963, 1990. p.527, 528. Reimpressão
Bíblia de Estudo de Genebra. Trad. por João Ferreira de Almeida. São Paulo e Barueri: Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil,1999. notas. p.598,599, 681, 697,709
[3] Marcos 12:28-31; 1João 4:9,10,19; Isaías 9:1-7; Apocalipse 1:7,8; Danielo 7:9,10
ARMELLINI, Fernando. Celebrando a Palavra. Ano B. Trad. por Comercindo B. Dalla Costa. São Paulo: AM Edições, 1996. p. 478-482
FITCH, W. Isaías: Introdução e Comentário. In: O Novo Comentário da Bíblia, vol. 1. (editor em português R. P. Shedd). São Paulo: Vida Nova, 1963, 1990. p. 697, 698.Reimpressão
Bíblia de Estudo de Genebra. Trad. por João Ferreira de Almeida. São Paulo e Barueri: Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil,1999. notas. p.1171, 1172
SWIFT GRAHAM, C. E. O Evangelho Segundo São Marcos: Introdução e Comentário. In: O Novo Comentário da Bíblia, vol. 2. (editor em português R. P. Shedd).São Paulo:Vida Nova, 1963, 1990. p.1017, 1018. Reimpressão